Segundo a psicoterapeuta e especialista em sexualidade e relacionamentos Esther Perel, muitas vezes, as pessoas que o fazem acreditam na monogamia e, quando isso acontece, entram em “conflito” com os seus valores.
Isto porque a traição nem sempre é por causa do acto sexual ou do companheiro. Está ligado a um desejo mais complexo, pode ler-se no Huffington Post.
“Quando estamos à procura de outra pessoa, não nos estamos a afastar do nosso companheiro, mas de nós mesmos. E muitas vezes não estamos à procura de outra pessoa. Estamos à procura de um outro ‘eu’”, afirma Perel.
Acontecimentos marcantes na vida estão mais associados a estes episódios do que o relacionamento, em si. Como por exemplo, a morte de um pai ou uma má notícia recebida no médico.
“A morte e a mortalidade estão muito ligadas a um caso extraconjugal”, explica a psicoterapeuta, acrescentando que começam a surgir perguntas na nossa cabeça como “Não há mais nada na vida para além disto?”, “Há mais alguma coisa na vida?” ou “Vou continuar a fazer o mesmo que fiz nos últimos 25 anos?”.
E há um sentimento que vem sempre associado às traições: a vergonha. Especialmente por parte da pessoa que foi enganada.
Quando há casais com casos extraconjugais, a sociedade assume que isso costuma resultar de uma relação ‘em crise’, ou por falhas da pessoa traída. E quando decide ficar com o parceiro, apesar do que aconteceu, sofre uma chuva de críticas e julgamentos.
Mas Perel realça que estas situações podem ser uma boa oportunidade para analisar a relação: se vale a pena estarem juntos ou se foi apenas um erro de percurso. E, se decidirem ficar juntos, é necessário procurar uma maneira de fortalecer o relacionamento.