De acordo com dados da organização, existem neste momento três países com pagamentos em atraso nos empréstimos cedidos pelo Fundo: a Somália, o Sudão e o Zimbabué.
No total, estes três países devem quase 1,3 mil milhões de Direitos Especiais de Saque – a unidade monetária do FMI, cujo câmbio resulta da ponderação um conjunto de moedas internacionais. À taxa actual, este montante representa cerca de 1,6 mil milhões de euros. Do total, 76% dizem respeito ao Sudão, 18% à Somália e 6% ao Zimbabué. Se a Grécia não pagar, entrará directamente para o primeiro lugar no pódio do incumprimento.
A possibilidade de Atenas não reembolsar o Fundo foi assumida este domingo pelo ministro do Interior helénico, Nikos Vutsis, depois de semanas de indefinição nas negociações entre o país e o Eurogrupo.
FMI penaliza incumprimento
Caso esta hipótese se concretize, será um caso insólito de incumprimento junto do FMI. Nos registos históricos disponibilizados no site da organização, que remontam a 1997, não é comum encontrar economias desenvolvidas na lista de devedores. O incumprimento aparece associado países sub-desenvolvidos ou envolvidos em conflitos.
De acordo com o último relatório anual do FMI, a falta de pagamento implica penalizações: os países enfrentam restrições de acesso aos programas de financiamento da organização. A Somália, o Sudão e o Zimbabué são neste momento inelegíveis em dois programas do FMI onde entraram em incumprimento.
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