O actual detentor do troféu, onde alinham Beto, Diogo Figueiras e Daniel Carriço, está apostado em superar o clube ucraniano, de Bruno Gama – um estreante absoluto em finais europeias -, e manter a tendência histórica.
Sempre que os espanhóis chegaram à final da prova secundária da UEFA, acabaram por levar a taça para a Andaluzia. Foi assim em Eindhoven (2006), contra o Middlesbrough (4-0), no ano seguinte em Glasgow frente ao Espanhol de Barcelona (3-1 nos penáltis, após um empate a duas bolas no prolongamento) e em Turim (2014), perante o Benfica (4-2 também nas grandes penalidades, a castigar um nulo no marcador).
O problema é que o Dnipro, depois de eliminar o favorito Nápoles nas 'meias', já mostrou que as expectativas estão altas e procura agora ser a terceira equipa ucraniana a ganhar um título europeu – depois do Dínamo de Kiev na Taça das Taças (1975 e 86) e do Shakhtar Donetsk na Taça UEFA (2009). Nem o turbilhão político que se faz sentir no país parece fazer tremer aquele que foi o primeiro clube profissional na antiga União Soviética.
O conflito armado com os rebeldes pró-russos, que afecta o leste da Ucrânia – e já causou mais de seis mil mortos – , levou a UEFA a obrigar o Dnipro, sediado a 200 quilómetros da zona de guerra, a disputar os jogos internacionais em Kiev, a cerca de 400 km do seu estádio.
Obstáculos superados com distinção por uma equipa que cumpre a melhor época internacional da sua história. “Vocês são a glória da Ucrânia”, escreveu o presidente Petro Poroshenko, via Facebook, após o surpreendente apuramento para a final europeia, à custa do Nápoles.
Uma nova surpresa frente ao Sevilha, na capital da Polónia, é vista pelos ucranianos como um “grito de revolta” de um país cansado de guerra. Os tricampeões terão uma palavra a dizer.