Os suspeitos, que se encontram em prisão preventiva ao abrigo do processo, estão acusados pelo Ministério Público (MP) de dois homicídios, um na forma tentada, de sequestro e de detenção de arma proibida. O início do julgamento está marcado para as 14:00 de 15 de Junho.
O despacho de acusação do MP sustenta que os arguidos se encontraram com uma das vítimas a 19 de Abril de 2014, no Parque das Nações, em Lisboa, "a fim de lhe exigir a entrega de notas forjadas de acordo com o que tinham combinado anteriormente", depois de terem pago 3.000 euros a um conhecido desta vítima pelo fabrico das notas.
Como os arguidos não obtiveram nem o fabrico das notas nem a devolução do dinheiro, "entraram na viatura do ofendido, amarraram-no no banco da frente e dirigiram-se para a zona da Amadora", o bairro do Zambujal. Aí chegados, "forçaram-no a telefonar" à outra vítima a pedir que fosse ao seu encontro, refere a acusação.
Quando a segunda vítima se aproximou da viatura, e como não tinha feito a entrega do dinheiro, "um dos arguidos encostou-lhe a arma de fogo e disparou, provocando-lhe lesões permanentes e graves".
De seguida, os suspeitos colocaram-se em fuga numa outra viatura.
"Assim circularam com ela [vítima] até local ermo da zona de Vila Franca de Xira, na Recta do Cabo, onde pararam, saíram da viatura e disparam quatro tiros contra esta vítima que mantinham amarrada no interior do veículo. Abandonaram a viatura deixando a vítima no seu interior e já morta", relata a acusação.
Fonte policial disse, na ocasião, à agência Lusa que as autoridades foram alertadas cerca das 04:00 por um segurança de uma das propriedades agrícolas existentes no local para a existência de um veículo, estacionado na Estrada do Camarão, com uma pessoa lá dentro.
Os arguidos agiram com "frieza de ânimo, desprezo pela vida humana e premeditação", segundo o MP.
O homem que sobreviveu tem 30 anos enquanto a vítima mortal tinha 27 anos. Os dois arguidos, de 24 e 36 anos, estão detidos no Estabelecimento Prisional de Lisboa.
Após determinar a ligação entre os dois casos, a Polícia Judiciária deteve um dos suspeitos, a 01 de agosto, quando este se preparava para abandonar o país.
O outro suspeito foi detido ao abrigo de um mandado de captura internacional na Bélgica, para onde tinha fugido após os crimes, tendo sido posteriormente extraditado para Portugal.
Os arguidos requereram a abertura da instrução, mas o tribunal decidiu pronunciá-los para irem a julgamento nos exactos termos da acusação do MP.
Lusa/SOL