Os juízos do Tribunal Correcional de Bordéus, no sudoeste de França, consideraram não haver provas de que Woerth se tivesse aproveitado do seu cargo de ministro para condecorar com a Legião de Honra Patrice de Maistre, gestor da fortuna de Bettencourt, a mulher mais rica de França, acionista histórica do grupo L'Oréal.
Segundo a ata da acusação agora invalidada, em troca da atribuição da distinção a De Maistre, Woerth, que foi responsável pelo financiamento da campanha eleitoral de Sarkozy para as eleições presidenciais de 2007, que este venceu, conseguiu que a esposa fosse contratada para gerir os investimentos de Bettencourt.
Woerth também estava acusado de recetação, por alegadamente ter recebido envelopes com dezenas de milhares de euros em dinheiro vivo, entregues por De Maistre para financiar a campanha de Sarkozy, Presidente de França de 2007 a 2012.
Ao contrário, os juízes condenaram De Maistre a 30 meses de prisão, dos quais 12 foram perdoados, bem como a uma multa de 300 mil euros, por considerarem que abusou da debilidade da rica anciã, que tem agora 92 anos e sofre de Alzheimer, encontrando-se sob cuidados de familiares.
A pena maior, de três anos de prisão, dos quais seis meses estão isentos de cumprimento, 350 mil euros de multa e 158 milhões de euros de indemnização por danos e prejuízos causados a Bettencourt recaiu sobre o fotógrafo François-Marie Banier, que recebeu centenas de milhões de euros em produtos financeiros e obras de arte da idosa.
O julgamento que se realizou entre finais de janeiro e início de fevereiro, focou-se em determinar se os acusados se tinham aproveitado da multimilionária devido à sua idade avançada, acusações confirmadas para todos, exceto Woerth.
Na fase de instrução também esteve acusado Sarkozy, se bem que a acusação tenha sido arquivada por falta de provas.
Lusa/SOL