No relatório anual hoje publicado, a entidade frisou que as finanças do Vaticano têm sido alvo de "um contínuo reforço do quadro normativo e institucional".
Esse esforço, segundo a AIF, pretendeu reforçar a regulamentação das instituições supervisionadas, aumentar a cooperação internacional e consolidar a prevenção e a luta contra actividades ilícitas.
Como tal, a diminuição de casos é "resultado do desempenho do quadro normativo das instituições e de uma substancial melhoria do desempenho operacional das entidades monitoradas em relação à prevenção do crime financeiro", refere a AIF no documento.
Entre os casos suspeitos detectados em 2014, sete foram transferidos para o Promotor de Justiça do Vaticano "para mais averiguações".
O relatório informou igualmente que o número de colaborações bilaterais entre a AIF e as autoridades estrangeiras homólogas têm vindo aumentar: quatro em 2012, 81 em 2013 e 113 em 2014.
"Este contínuo crescimento é resultado de um esforço sistemático por parte da AIF e de um forte compromisso da Santa Sé (…) para cooperar activamente com outras jurisdições e prevenir as potenciais atividades financeiras ilícitas à escala global", afirmou o director do organismo, Tommaso di Ruzza.
Durante o primeiro trimestre de 2014, a AIF realizou a primeira inspecção ao Instituto para as Obras de Religião (IOR), mais conhecido como o Banco do Vaticano, com o objectivo de "verificar a eficácia das medidas adoptadas para prevenir e lidar com o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo".
"A primeira inspecção [ao Banco do Vaticano] é uma importante consequência e um sinal concreto da eficácia do sistema contra a lavagem de capitais e da luta contra o financiamento do terrorismo que foi adoptado pela Santa Sé", reforçou Tommaso di Ruzza.
A inspecção "não revelou a existência de qualquer falta no IOR", indicou o documento.
A Autoridade de Informação Financeira é o organismo que tem a responsabilidade de vigiar as movimentações financeiras da Santa Sé para prevenir eventuais actividades ilícitas.
A AIF foi instituída pelo papa Bento XVI em Dezembro de 2010 e os seus estatutos foram aprovados pelo papa Francisco em Novembro de 2013 com o objectivo de "estabelecer normas em matéria de transparência, vigilância e informação financeira".
Durante 2014, o organismo subscreveu acordos com a Argentina, Peru, Liechtenstein, Luxemburgo e França. No ano anterior, a AIF já tinha estabelecido protocolos com outros países, como Espanha e Estados Unidos.
Lusa/SOL