"Eu fui afectado pelos ataques", frisou Blatter, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do comité executivo da FIFA, durante a qual apelou "à união e solidariedade" para que "olhar em frente".
O suíço, de 79 anos, assumiu "tranquilidade e felicidade" para "fazer a FIFA navegar em águas calmas", salientando que a "tempestade ainda está activa mas não chegou a ter a força de um furacão", aludindo à acusação de associação criminosa e corrupção, por parte do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, de nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA.
Questionado sobre se receava uma possível detenção, Blatter retorquiu com uma pergunta: "Detido por quê?".
O presidente da FIFA prometeu empenhar-se na reconquista da reputação do organismo, incluindo visitas pessoais aos parceiros, que não considera patrocinadores, "porque esses apenas dão dinheiro".
Após a reeleição e antes da reunião do comité executivo, Blatter concedeu uma entrevista à estação televisiva suíça RTS, durante a qual denunciou o "ódio, proveniente não apenas de uma pessoa da UEFA, mas de uma organização, a UEFA".
"Não entenderam que [em 1998] eu fui eleito presidente", referiu Blatter, que confrontado com o pedido de demissão exigido pelo presidente da UEFA, o francês Michel Platini, foi assertivo: "Eu perdoo toda a gente, mas não esqueço".
Na mesma entrevista, Blatter assumiu ainda ter ficado "chocado" com as acusações da justiça norte-americana, sugerindo que as mesmas decorrem da sua candidatura derrotada à organização do Mundial2022, a favor do Qatar.
"Há sinais que não mentem, os norte-americanos eram candidatos ao Mundial2022 e perderam", referiu o dirigente, recordando ainda as ligações dos Estados Unidos ao reino hachemita, de onde era proveniente o seu único adversário nas eleições.
Blatter foi reeleito para um quinto mandato como presidente da FIFA, até 2018, ao vencer o jordano Ali bin al Hussein, depois de ter recebido 133 votos, contra 73 do seu oponente, que recusou disputar uma segunda volta no sufrágio.
Lusa/SOL