Carlos Costa
Vai ser reconduzido por Passos Coelho e pelo Governo num novo mandato de cinco anos à frente do Banco de Portugal. É o justo reconhecimento da competência profissional e da coragem cívica de um governador que, como ele próprio frisou esta semana no Parlamento, teve que enfrentar três situações extraordinárias – o programa de ajustamento da troika, a união bancária europeia e o colapso do BES – e ainda a espinhosa tarefa de pôr fim às irregularidades do poderoso clã de Ricardo Salgado e da família Espírito Santo. Apesar das críticas de uma certa esquerda, evitou que o Novo Banco se tornasse um novo BPN com custos de milhares de milhões para os contribuintes. O país deve estar-lhe grato.
Jorge Lacão
Foi pela sua mão que o PS apresentou, à última hora, um projecto de lei de tratamento das campanhas eleitorais que pode pôr fim aos diferendos com os órgãos de comunicação social e aos equívocos fundamentalistas de interpretação da lei pela CNE. Reduz aos tempos de antena a função de assegurar a igualdade de oportunidades e de tratamento, deixando tudo o resto – de forma inteligente e sensata – ao critério jornalístico e à liberdade editorial. Ao invés de PSD e CDS, o PS simplificou o problema e deu um passo decisivo para o resolver de vez.
& SOMBRA
Maria Luís Albuquerque
Passos Coelho fizera questão de deixar para a próxima legislatura a escolha das medidas para tapar o ‘buraco’ de 600 milhões de euros na Segurança Social aberto pelo chumbo do TC. A intenção, percebia-se, era forçar o PS a assumir também essa necessidade e a partilhar o ónus das medidas a tomar – que, quaisquer que fossem (de mais impostos a cortes nas pensões ou outras), seriam sempre impopulares. Ao vir antecipar, num momento de maior entusiasmo e franqueza perante uma plateia da JSD, um dos cenários mais desfavoráveis, a ministra das Finanças veio dar, gratuita e desnecessariamente, novos trunfos à Oposição. Mais uma vez…
Marinho e Pinto
O Congresso fundador do PDR tornou-se um fiasco político e mediático, com seitas e desacatos à mistura com votações suspensas. Sem figuras com algum reconhecimento público, além do próprio criador, o PDR parece cada vez mais um epifenómeno partidário, de vocação unipessoal e duração efémera.