“Um dia saberão os motivos todos e irão ver que nada tem a ver com o que dizem”, pode ler-se numa carta escrita por Daniel Neves e enviada ao jornal Correio da Manhã.
“NÃO SOU UM MONSTRO, NÃO SOU MAU e um Dia quando o processo for Publico [sic] vão perceber isso”.
O jovem, de 17 anos, afirma que alguns dos motivos avançados pela comunicação social, como “roubar as roupas ao Filipe” ou “inveja das raparigas”, são "mentira".
Explica ainda que “nunca teve uma vida fácil” e agradece o apoio da advogada. “Tenho uma carta para a minha advogada pois considera [sic] quase uma ‘mae’ como todos sabem”.
Daniel diz ter saudades dos irmãos, mas não da mãe. “A minha mãe infleismente [sic] não posso Dizer o mesmo, pois teve aqui apenas 1 vez e trouxe só algum tipo de roupa”, pode ler-se.
Em seguida, faz uma lista de objectos como o computador portátil, o telemóvel, os headphones e roupas para a progenitora entregar – “não precisa de vir aqui”.
O adolescente agradece a várias pessoa que o têm acompanhado e apoiado: duas amigas “que deram a cara" e que afirmaram acreditar no jovem; as pessoas que lhe entregaram roupa; os psicólogos e psiquiatras que o têm acompanhado; e os reclusos e guardas do Estabelecimento de Leiria “pela força" que lhe dão "todos os dias”.
“Sou Daniel”, conclui assim a carta.