"É uma luta constante pela justiça", disse Richard Tsoi, da Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos na China, que organiza a vigília.
"É importante que as pessoas de Hong Kong não esqueçam", acrescentou, estimando a participação de 150.000 pessoas.
Richard Tsoi disse esperar uma vigília pacífica, apesar de a concentração decorrer apenas duas semanas antes da votação do plano de reforma política em Hong Kong, no Conselho Legislativo (LegCo) a 17 de junho.
De acordo com a organização, 180.000 pessoas participaram na vigília realizada no ano passado, por ocasião do 25.º aniversário da intervenção do exército chinês contra manifestantes pró-democracia que ocupavam a praça de Tiananmen (cujo nome em chinês significa 'Paz Celestial').
A Associação de Estudantes de Hong Kong, que habitualmente se juntava à vigília organizada no Parque Vitória vai realizar este ano uma "alternativa" no campus universitário, numa iniciativa em que espera 1.000 participantes.
Os organizadores dizem não concordar com a premissa da Aliança de que a democratização na China deva ser o pré-requisito para a democracia em Hong Kong.
"Queremos organizar um evento diferente para podermos discutir o futuro de Hong Kong enquanto residentes de Hong Kong", disse o presidente da Associação de Estudantes, Billy Fung.
A Federação dos Estudantes de Hong Kong também informou que não vai participar na vigília principal enquanto estrutura associativa porque os respetivos membros não chegaram a consenso sobre qual o evento em que iriam participar.
"Respeitamos que este ano algumas pessoas tenham outras atividades", comentou Richard Tsoi, "mas estamos confiantes de que muitas pessoas, incluindo a nova geração, se juntem à nossa vigília".
A circulação nas vias junto ao Parque Vitória vai estar condicionada.
De acordo com a imprensa de Hong Kong cerca de 7.000 agentes foram destacados para as operações de policiamento.
A antiga colónia britânica e Macau são únicos territórios na China onde anualmente é evocada a memória das vítimas e dos acontecimentos de junho de 1989 na praça de Tiananmen, que o governo central chinês ainda classifica como "movimento contrarrevolucionário".
Em Macau este será o segundo ano consecutivo, após a transição de soberania para a China, em que a vigília volta ao Leal Senado, a principal praça da cidade.
A iniciativa é organizada pela Associação de Desenvolvimento Democrático de Macau, liderada pelos deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong, que apresenta cinco solicitações ao governo central chinês, de acordo com comunicado citado pelo jornal Hoje Macau.
A associação reivindica o direito de os familiares das vítimas a lamentarem as mortes em público, o direito das famílias e sobreviventes a aceitarem apoios e doações da sociedade, e o fim das perseguições. Os outros dois pedidos incluem "a libertação de todos os presos políticos desde o protesto na Praça da Paz Celestial de 1989 e a publicação de toda a verdade sobre o massacre de Tiananmen e apuramento das responsabilidades".
Em declarações à agência Lusa, o ativista Jason Chao, que participa na vigília a título individual, admitiu a possibilidade de este ano a concentração no Leal Senado ter menos adesão do que os 1.000 participantes do ano passado, quando foram assinalados os 25 anos sobre a repressão pelo exército chinês do movimento pró-democracia.
"Este ano não há o efeito dos protestos [realizados em Macau no final de maio contra a proposta de lei que previa compensações pecuniárias elevadas para os aposentados de cargos públicos]", justificou, referindo-se àquela que se estima ter sido a maior manifestação na cidade desde a transferência de administração.
Lusa/SOL