Conhecidos como os ‘motards da PSP’, os agentes desta nova valência operacional, do Comando Metropolitano do Porto, têm actuado mais à noite, em termos de apoio a outras subunidades policiais, mas é de dia que despertam a curiosidade dos transeuntes pelas ruas da cidade invicta e ainda na periferia do Porto. São várias motos de alta cilindrada, BMW R1200GS, com os seus agentes munidos de armas de grande precisão, curtas e longas, preparados para perseguições e abordagens, incluindo a Via de Cintura Interna (VCI) e as auto-estradas, num universo de nove municípios que abrangem cerca de um milhão de pessoas.
Os agentes, dois em cada moto, actuam de modo concertado, através de várias equipas, que tanto se dispersam, como entretanto rapidamente se reagrupam, segundo constatou o SOL na cidade do Porto, assistindo ao apoio de um jipe da PSP equipado para toda a logística. E entre as armas estão as poderosas espingardas semi-automáticas ‘shotgun’.
Coordenadas pelo chefe Francisco Neto, as EPRI da PSP do Porto asseguram todos os turnos e as suas mais recentes intervenções decorreram nas noites da Queima das Fitas, no início de Maio, “onde tiveram um efeito não só dissuasor, como operacional, apoiando outras forças da PSP já no terreno” – afirmou ao SOL o comissário Marco Almeida, da Área de Operações do Comando do Porto, acerca da já chamada “cavalaria moderna” da Polícia.
Ainda segundo este oficial, “as zonas urbanas mais sensíveis constituem uma das principais preocupações das EPRI” e “a sua intervenção primordial é actuar contra os roubos, especialmente com armamento de fogo ou armas brancas”. As EPRI, que não deixam ninguém indiferente quando circulam entre o trânsito portuense, “privilegiam a pronta actuação face à criminalidade violenta, como a que se exerce com uma grande agressividade e às vezes em grupo”. Estão não só no Porto, como em Gaia, Matosinhos, Gondomar, Valongo, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Santo Tirso.
Também em Setúbal, Faro e Lisboa
As primeiras EPRI surgiram há cerca de sete anos, no Comando da PSP de Setúbal e já se encontram agora não só no Porto como nos Comandos de Lisboa e de Faro. Foi em Setúbal, aliás, que começaram o seu trabalho, em 2009, “um ano particularmente difícil em termos de criminalidade violenta”, como afirmou ao SOL o comissário Marco Almeida.
“São mais uma valência operacional que actua de modo preventivo, complementar e em reforço da intervenção dos restantes meios e valências policiais”, acrescentou o mesmo oficial da PSP, referindo-se “ao patrulhamento a pé e de automóvel. “As EPRI estão já a contribuir de uma forma significativa para garantir a segurança, ordem e tranquilidade públicas, reforçando o sentimento de segurança dos cidadãos”, afirmou Marco Almeida.