Em comunicado, a agência refere que "as operações dos bancos portugueses têm uma forte componente doméstica, pelo que estão constrangidas pelo ainda muito desafiante ambiente macroeconómico português, caracterizado por uma muito elevada dívida pública e do setor privado, fraca perspetiva de crescimento económico e suscetibilidade moderada ao risco".
"A avaliação de crédito individual dos bancos portugueses — cuja média é b3 — reflete os seus muito modestos rácios financeiros base, incluindo um elevado nível de empréstimos problemáticos; uma melhorada, mas ainda relativamente fraca capacidade de absorção de perdas; e melhorias de liquidez graças à desalavancagem dos respetivos balanços e melhor acesso ao mercado", lê-se no documento.
Na análise que fez a seis bancos portugueses, a Moody's cortou o 'rating' dos depósitos de longo prazo e da dívida sénior da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de B1 para Ba3, mas melhorou a avaliação de crédito individual para b3, "reconhecendo a forte liquidez do banco e sua posição enquanto maior instituição de depósitos do país, agora com um melhorado acesso ao mercado".
"A perspetiva para os 'ratings' dos depósitos de longo prazo da CGD é estável, mas negativa no que respeita ao 'rating' da dívida sénior de longo termo, refletindo as pressões em baixa de uma desalavancagem da folha de balanço mais lenta do que o previsto", acrescenta.
No que respeita ao Banco Comercial Português (BCP), a Moody's manteve os 'ratings' dos depósitos de longo prazo e da dívida sénior no nível B1, tendo melhorado a avaliação de crédito individual, apesar da ainda "fraca capacidade de absorção de riscos do banco, mesmo com o apoio público recebido em 2012".
A favor pesaram os melhores (embora "ainda fracos") rácios de liquidez e os mais estáveis riscos ao nível dos ativos detidos.
Já no caso do Banco Português do Investimento (BPI), a confirmação no nível Ba3 dos 'ratings' dos depósitos de longo prazo e da dívida sénior, com um prognóstico "estável", reflete a avaliação de crédito individual b1 do banco, com a sua ainda "fraca capacidade de absorção de riscos e os seus fracos níveis de rentabilidade", contrabalançada pelo "posicionamento sólido em Portugal".
O Banco Santander Totta recebeu, por sua vez, um corte no 'rating' dos depósitos para Baa3/prime-3 e a confirmação dos 'ratings' da dívida sénior em Ba1/Not Prime, enquanto a Caixa Económica Montepio Geral viu melhorada a avaliação dos seus depósitos de longo prazo e dívida sénior para B1, em reflexo da "reduzida taxa de risco resultante do substancial volume de depósitos", e o Banif sofreu em corte para Caa2 dos 'ratings' dos depósitos de longo prazo e uma subida da avaliação de crédito individual para caa2, devido à "melhoria do perfil de liquidez".
Lusa/SOL