“Usam graxa para sapatos e instrumentos de dentista. Fazer uma cópia exige uma quantidade incrível de tempo e paciência”, explica Yto Barrada, que nasceu em Paris, em 1971 – onde estudou depois História e Ciência Política, na Sorbonne -, reside em Nova Iorque e até já viveu em Israel. Este vaivém não a impede de ser marroquina de alma e coração e é essa a condição principal que exibe mundo fora, por museus tão prestigiados como o Centre Pompidou, em Paris, o MoMa, em Nova Iorque, ou o Tate Modern, em Londres.
Autenticidade e identidade
A reflexão sobre a autenticidade continua na série de fotografias Reaver Casa, que mostra as transformações feitas em edifícios do período colonial em Casablanca. “A identidade marroquina esteve em construção durante o período francês (1912-1956), por isso parte da nossa autenticidade é francesa! Há muitas questões interessantes sobre o que é ser marroquino hoje”, sublinha. As séries Assemblagens de Canalizador (estruturas improvisadas feitas a partir de canos, anilhas e torneiras reciclados) e Brinquedos norte-africanos dos anos 1930 (que mostra objectos de grande minúcia, de raiz berbere) prolongam o retrato da sociedade marroquina e das suas contradições, para ver até 20 de Setembro.