O estudo revela que, numa escala de 100 valores a maior satisfação sexual pertence às mulheres swingers, com uma média de 92 pontos, seguidas dos homens (primeiro, os swingers e, depois os não-swingers), encontrando-se as mulheres não swingers no nível inferior, com uma média de apenas 75 pontos.
No que respeita às dimensões principais do amor - comunhão psicológica, paixão erótica e compromisso -, parece surgir igualmente um nítido benefício psicológico associado ao estilo de vida swinger, tendo estes casais liberais uma média de 371 pontos, numa escala com um máximo de 405 pontos, ao passo que a média dos casais não-swingers se situa nos 337 pontos.
A comprovar a tese do efeito do tempo na deterioração das relações amorosas, no grupo dos não-swingers, grande parte dos indivíduos afirma ter-se apaixonado por outra pessoa durante relacionamentos anteriores (42,3%), tendo 23,1% assumido ter tido relações sexuais extraconjugais.
E se, durante a atual relação, apenas 6,4% dos casais não-swingers afirma ter-se apaixonado ou ter tido relações com outra pessoa, 29,5% já teve pensamentos de divórcio ou separação.
“Constatámos que os casais não-swingers são os que se encontram mais insatisfeitos sexualmente, evidenciam menores níveis de amor, e revelam mais desinvestimento romântico, pelo que podemos concluir que a estratégia swinger assume um importante papel no que respeita à atenuação dos efeitos que o tempo pode ter numa relação”, adianta Ana Durão, mestre em Psicologia Clínica e da Saúde e autora da investigação.
O estudo avança para a existência de um desinvestimento romântico devido ao tempo das relações, sendo particularmente visível ao nível da sexualidade dos casais, onde emerge uma perda de desejo erótico pelos companheiros.
“Perante esta situação, o casal é desafiado a redefinir a sua intimidade e erotismo, havendo uma multiplicidade de estratégias que podem ser adotadas com a finalidade de compensar a perda de desejo sexual pelo companheiro”, revela a psicóloga.
A investigação, que pretendeu analisar o impacto do estilo de vida swinger na conjugalidade e sexualidade, foi orientada por Paulo Renato Jesus, docente e investigador da UPT, e contou com uma amostra 102 indivíduos, distribuídos por casais swingers e não-swingers.
Com uma média de idades de aproximadamente 38 anos e com relacionamentos de cerca de 12 anos, uma parte significativa da amostra dos casais swingers e não-swingers é casada, tem filhos da atual relação, possui habilitações médias e superiores e assume-se como católica, constatando-se que as principais diferenças da amostra residem no posicionamento político – à esquerda estão os casais swingers, à direita os casais não swingers.