Numa conferência de imprensa com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, na sede do executivo comunitário, em Bruxelas, Jean-Claude Juncker, questionado sobre as mais recentes declarações do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, numa altura em que as negociações se encontram num impasse, acusou o governo de Atenas de “dizer coisas ao público grego que não são consistentes” com aquilo que o próprio disse a Alexis Tsipras.
Juncker garantiu, por exemplo, que não é a favor de um aumento do IVA nos medicamentos e na eletricidade, “e o primeiro-ministro (Alexis Tsipras) sabe-o”, tendo mesmo sugerido alternativas , como por exemplo “um corte modesto no orçamento de Defesa, e isso poderia ser facilmente feito”, pois, insistiu, considera que obrigar a Grécia a aumentar os preços dos medicamentos e da eletricidade “seria um grande erro”.
O presidente do executivo comunitário referiu também que propôs ao primeiro-ministro grego “um programa de 35 mil milhões de euros de agora até 2020 de forma a apoiar investimentos na economia real na Grécia”.
“Acho que o debate na Grécia e fora da Grécia seria mais fácil se o governo grego dissesse exatamente o que a Comissão, sendo uma das três instituições envolvidas, está realmente a propor”, declarou.
Apontando que não tem “contactos com o governo grego desde domingo à noite”, altura em que decidiu interromper as negociações, porque estas, “devido à posição grega, não estavam a levar a lado nenhum”, Juncker manifestou enfado com as declarações de responsáveis de Atenas, garantindo que a sua preocupação é o povo grego, e não o governo.
“No que diz respeito à Grécia, eu não quero saber do governo grego. Preocupo-me, isso sim, com o povo grego, e em particular a parte mais pobre da população grega, que está a sofrer mais do que outros na UE, devido ao ajustamento que teve que ser posto em prática”, afirmou.
Lusa / SOL