O consultor do Banco Mundial, de 43 anos, foi libertado esta madrugada depois de o Tribunal de Recurso de Díli lhe ter alterado a medida de coacção, tendo de se apresentar uma vez por semana às autoridades policiais.
“Sabíamos que a sua saída estaria iminente”, adianta ao SOL o pai de Tiago, o capitão de Mar e Terra Carlos Guerra, que espera agora viajar para Timor-Leste ao encontro do filho. “Mas para nós a luta ainda não acabou porque o que queremos é que este processo termine” adianta, lembrando que o português continua sem ter uma acusação formal.
As autoridades timorenses alegam que Tiago Guerra é suspeito de branqueamento de capitais, estando em causa transferências de centenas de milhares de dólares. Mas a família nega todas estas suspeitas e lamenta o impasse na conclusão das investigações.
“O meu filho foi interrogado a 21 de Outubro passado, depois de ser preso e nunca mais foi ouvido”, explicou Carlos Guerra.
Segundo fonte próxima do processo, no final do interrogatório policial o consultor do Banco Mundial ter-se-á recusado a assinar o depoimento escrito por considerar que continha falsidades e por ter sido redigido num português incompreensível.
Os dois filhos de Tiago Guerra, de nove e dez anos – e que também foram detidos com a mãe em Outubro e horas depois libertados – estão em Portugal a viver com os avós paternos. Actualmente sem casa em Timor, Tiago Guerra estará alojado em casa de amigos. “Felizmente em Timor-Leste o meu filho tem tido um grande apoio de amigos”, conta o pai.
Esta madrugada Tiago falou com o pai ainda antes de saber que seria libertado, já às terças-feiras era autorizado a falar telefonicamente por cinco minutos com a família.
A notícia da libertação já foi divulgada na página do Facebook ( https://www.facebook.com/justicefortiago?fref=ts ) onde a família lançou uma campanha pedindo a sua libertação e onde alertava para as más condições em que vivia na prisão em Díli.
O português perdeu 12 quilos desde que foi detido. Durante seis meses dormiu no chão, sem colchão nem almofada, numa cela com outros presos. Foi internado por duas vezes no hospital da capital de Timor-Leste, a última das quais durante 13 dias, na Páscoa, devido a uma infecção generalizada.