Licenciada em Filologia Românica, Hélia Correia estudou teatro clássico e editou poesia nos anos 1980, mas foi como ficcionista "que se revelou como um dos nomes mais importantes e originais da sua geração", afirma hoje a secretaria de Estado da Cultura.
"Lillias Fraser", um romance histórico passado entre Portugal e Escócia, publicado em 2001, foi o que lhe valeu mais prémios literários: o Prémio de Ficção do Pen Club e Prémio D. Dinis. Antes desse, a autora tinha visto "A casa eterna" ser distinguido com o Prémio Máxima de Literatura, em 2000.
Este ano, a obra "Vinte Degraus e Outros Contos" valeu-lhe o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, que lhe foi entregue na passada segunda-feira.
Em 2013, quando recebeu o Prémio Correntes d'Escritas Casino da Póvoa, pelo livro de poesia "A Terceira Miséria", Hélia Correia afirmava que não gosta muito de prémios e distinções. Nesse ano recebeu ainda o o Prémio PEN Clube Português de Poesia e o Prémio Vergílio Ferreira 2013, pela Universidade de Évora.
Casada com o escritor Jaime Rocha, Hélia Correia estreou-se na poesia com a edição de "O Separar das águas", em 1981, ao qual se seguiu "O número dos vivos", em 1982.
"Bastardia", "O número dos vivos", "Soma", "A chegada de Twainy", "A ilha encantada" (adaptação para os mais novos da peça "A tempestade", de Shakespeare) e "Adoecer" são outros títulos publicados pela autora.
Hélia Correia receberá, em data a anunciar, um prémio monetário de 100.000 euros.
A escolha de Hélia Correia para a 27.ª edição do Prémio Camões foi por unanimidade.
O júri, reunido hoje no Rio de Janeiro, integerou Rita Marnoto, professora na Universidade de Coimbra, Pedro Mexia, crítico literário e escritor, Inocência Mata, professora nas universidades de Lisboa e de Macau, e pelos escritores Affonso Romano de Sant'Anna, António Carlos Secchin e Mia Couto.
O Prémio Camões foi instituído por Portugal e pelo Brasil, em 1989, como forma de reconhecer autores "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da literatura de língua portuguesa em todo o mundo", sustenta a organização.
O primeiro distinguido, em 1989, foi o escritor português Miguel Torga. Em 2014, o Prémio Camões foi atribuído ao historiador e ensaísta brasileiro Alberto da Costa e Silva.
O anterior autor português a receber o Prémio Camões foi Manuel António Pina, em 2011.
Lusa/SOL