Helle Thorning-Schmidt apresentou também a demissão de líder do Partido Social-Democrata, que dirigiu durante dez anos.
"Amanhã [sexta-feira] direi à rainha (Margarida II) que o Governo se demite. Agora cabe a Lars Lokke Rasmussen tentar formar um Governo", disse, numa referência ao líder do principal partido de direita, Venestre.
O líder opositor, o liberal Lars Lokke Rasmussen, perfila-se como futuro primeiro-ministro, já que conta com o apoio de toda a oposição de direita, incluindo a direita xenófoba, que obteve 52,4% dos votos, quando estão contados 99%.
Os 90 lugares até agora obtidos pela direita, contra os 85 (47,6%) do bloco governamental de centro-esquerda, dão-lhe a maioria absoluta.
O Partido Popular de Kristian Thulesen Dahl subiu quase nove pontos percentuais para 21,2%, enquanto os liberais de Rasmussen desceram sete pontos relativamente a 2011, passando de força mais votada para a terceira mais votada.
O Partido Social-Democrata, da primeira-ministra Helle Thorning-Schmidt, foi a força mais votada, com 26,4% dos votos, um bom resultado depois de um Governo minoritário, muito contestado pelos cortes e por acordar reformas com a direita.
Em contrapartida, o parceiro da coligação governamental, os sociais-liberais perderam metade do apoio e obtiveram 4,6% dos votos. Os socialistas populares, que abandonaram o Governo a meio da legislatura, desceram cinco pontos para 4,2%.
A Lista Unitária transformou-se na quarta força mais votada, com 7,8% dos votos, e A Alternativa, uma nova formação ecologista de centro, conseguiu 4,6%.
A Aliança Liberal subiu de 5% para 7,5%, enquanto o Partido Conservador, que na década de 1980 chegou a liderar vários governos, alcançou o mínimo histórico de 3,4%.
A campanha eleitoral foi dominada por temas como as reformas do Estado social e pelo desemprego, mas quando as sondagens começaram a registar uma subida do centro-esquerda, Rasmussen introduziu o tema da imigração, agora centrado no problema dos refugiados.
A imigração tem dominado as eleições dinamarquesas desde 2001, com um discurso quase xenófobo, sobretudo em relação à minoria muçulmana, da parte do Partido Popular, e que transformou a política dinamarquesa atual.
Lusa/SOL