A tendência tem sido confirmada por estudos nas áreas da Psicologia e da Biologia, mas uma psicóloga da Universidade do Texas em Austin, Lucy Hunt, está prestes a publicar um trabalho na revista cientista Psychological Science onde identifica uma situação em que as regras da atracção caem por terra.
As conclusões são citadas pela The Economist. Numa pesquisa feita com 167 casais, foi perguntado a estes pares como se conheceram e começaram a namorar. 40% responderam que já eram amigos antes de se relacionarem intimamente. 41% responderam que começaram imediatamente a namorar, fruto de uma paixão à primeira vista ou de um tradicional ‘engate’. Os restantes 19% não souberam precisar as circunstâncias do início da relação.
Posteriormente, as imagens dos elementos destes casais foram exibidas a um grupo de estudantes universitários que se encarregou de avaliar a atractividade numa escala de 1 a 7.
E o que os investigadores do Texas descobriram então é que os membros dos casais que não eram amigos antes de serem amantes têm notas praticamente iguais. Um ‘sete’ anda como uma ‘sete’. Uma ‘três’ namora com um ‘três’. Já no caso dos amigos que mais tarde se tornam namorados há uma disparidade maior. Um ‘sete’ pode namorar com uma ‘dois’, por exemplo. Portanto, enquanto no primeiro grupo existe uma correlação média de atractividade de 0.46, no segundo grupo, o dos amigos que se tornam namorados, a correlação é apenas de 0.18.
Segundo Hunt, a conclusão é que uma amizade prévia dá tempo aos dois parceiros para conhecerem atributos mais subtis como a inteligência e a fiabilidade. Ou seja, se um indivíduo menos bonito tiver tempo e oportunidade para mostrar que tem outros atributos interessantes, este tem boas hipóteses de se tornar amante de alguém considerado mais atraente. Já nos casos de ‘amor à primeira vista’, a biologia fala mais alto, e pessoas de iguais níveis de atractividade tendem inconscientemente a aproximar-se.