Durante o fim de semana gerou-se uma onda de solidariedade nas redes sociais para ajudar uma família de cinco pessoas, quatro das quais alegadamente com cancro e que têm dificuldades em pagar a renda da casa e as restantes despesas.
Fonte da Câmara de Viseu explicou à agência Lusa que a rede social local, que o município integra, segue o caso deste casal e dos seus três filhos desde 2014.
“Tem atribuído diversos apoios desde então, tal como a própria comunidade de forma voluntária e anónima”, referiu, acrescentando que a União das Freguesias de Repeses e São Salvador tem em curso a criação de uma conta bancária solidária para recolha de fundos.
O município “assumiu o pagamento de várias rendas em atraso ainda em 2014, tal como outras entidades (nomeadamente a Segurança Social e a Cáritas Diocesana de Viseu) já em 2015”. Também propôs à família a atribuição de uma casa no novo bloco do Bairro Municipal, que está em fase de conclusão, e foram dadas instruções ao gabinete de ação social “para realizar um acompanhamento próximo do caso, em articulação com a Segurança Social e com as várias entidades sociais que prestam o seu apoio à família”.
“O município contribuiu também recentemente com o pagamento de algumas despesas de saúde, tal como outras entidades”, acrescentou.
Segundo a mesma fonte, a família beneficia desde 2008 do Rendimento Social de Inserção “e os filhos têm garantido os direitos às prestações familiares (abonos) por parte da Segurança Social, incluindo de bonificação de deficiência”.
Para além das prestações que atribui e do apoio ao pagamento de rendas, a Segurança Social “tem contribuído também com valores para medicação e transportes, nomeadamente para um dos filhos”, referiu.
A fonte disse ainda que, no que respeita à alimentação, a família tem “o apoio garantido pela Cáritas Paroquial de Santa Maria, que fornece uma das refeições diárias à família, e pelas Conferências de São Vicente de Paulo, com bens alimentares”.
“A Cáritas Diocesana contribuiu também com pagamento de rendas em atraso e de medicação”, acrescentou.
Na segunda-feira, os vereadores do PS pediram esclarecimentos ao presidente da Câmara, Almeida Henriques, sobre esta situação, nomeadamente as diligências tomadas.
“Por que razão não foi ainda esta família beneficiária de um apoio financeiro para pagamento das rendas em atraso, enquanto aguardam a atribuição da habitação social prometida pela autarquia”, questionaram.
Os socialistas congratularam-se com “a mobilização cidadã e solidária que se criou em torno deste caso, face à aparente ineficiência das respostas institucionais”.
“O infortúnio tocou de forma especialmente dramática esta família, que tem justificado uma forte solidariedade da comunidade local”, lamentou Almeida Henriques (PSD), sublinhando os apoios que o município tem dado desde que o caso foi sinalizado.
O autarca social-democrata criticou os vereadores socialistas por pretenderem “fazer política com dramas como este”, estranhando que “desconheçam os apoios que se aprovam em reunião de Câmara”.
“Recentemente, e ainda antes de o caso ser público, propusemos à família uma habitação no novo bloco do bairro municipal. É uma forma rápida de aliviar as contas do orçamento familiar”, frisou.
Na sua opinião, “a ajuda e a solidariedade são bem-vindas, a exposição e o aproveitamento não” e, por isso, apelou a que seja protegida a imagem da família e dos menores.
Lusa / SOL