O último a sair apaga a luz

Nos meses que se seguiram à revolução de 25 de Abril de 1974, milhares de portugueses fugiram do país com receio dos conturbados tempos que então se viviam. 

Uns, porque temiam que os seus passados de ligação ao fascismo os levassem directamente para a cadeia ou, até mesmo, para o Campo Pequeno… como se chegou a pedir. 

Outros, receosos que os ‘comunistas’ lhes ficassem com o dinheiro. De tal forma a debandada assumiu foros de gigantismo que uma força política pintou nas paredes do aeroporto a seguinte frase: “O último a sair apaga a luz!”.

Os tempos são outros, mas o receio de debandada geral assaltou agora, 41 anos depois, uma outra nação: a benfiquista. 

Primeiro foi Jorge Jesus e depois os anúncios seguiram-se. Gaitán, o melhor jogador, foi-se embora e Sulejmani e André Gomes acompanharam-no. 

Entretanto, as notícias que dão como quase certas as saídas de Lima e Jonas não cessam de chegar e Maxi Pereira parece que vai mesmo mudar de ares. 

Ola John também é visto como dispensável e a última novidade é a possível mudança de outro craque, Samaris.

Nem mais nem menos do que oito futebolistas que integravam a principal formação da Luz na última temporada (uma equipa) e não me admiro de que alguém esteja tentado a repetir a engraçada frase de há uns anos e pinte no Estádio do Sport Lisboa e Benfica a frase: O ÚLTIMO A SAIR APAGA A LUZ. 

jmoroso@netcabo.pt