Grécia. Eurogrupo rejeita extensão da assistência financeira, reunião suspensa

A reunião do Eurogrupo desta tarde está suspensa e a qualquer momento os ministros das Finanças farão uma declaração conjunta. O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, pediu aos parceiros europeus uma nova extensão do programa de resgate por algumas semanas, a tempo de ter a decisão do povo grego. Mas este pedido foi rejeitado, segundo…

Grécia. Eurogrupo rejeita extensão da assistência financeira, reunião suspensa

A maioria dos ministros da zona euro mostraram-se surpreendidos e desiludidos com o anúncio do referendo convocado pelo governo grego. O encontro prossegue agora em carácter informal e sem a presença de Varoufakis. 

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse antes da reunião que o Governo grego "pôs fim às negociações unilateralmente" com os credores ao convocar um referendo e que há que esperar para ver as consequências.

"Estávamos a negociar uma posição comum entre o Eurogrupo e a Grécia, mas o executivo grego pôs fim às negociações unilateralmente. Agora temos de ver as consequências", afirmou Schäuble à chegada à reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas.

O governante alemão disse ainda que, após o anúncio, na sexta-feira à noite, da consulta popular, não há "de momento mais base para as negociações" e acrescentou que "nenhum dos colegas" do Eurogrupo "tem ideia do que se pode fazer agora".

Já o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, tinha considerado hoje em Bruxelas que a decisão do Executivo helénico é "muito lamentável para a Grécia, porque fechou a porta a mais conversações", acrescentando que agora há que discutir "futuras consequências".

O Eurogrupo – cuja reunião de hoje era classificada como decisiva para se alcançar um compromisso de última hora entre Atenas e os seus credores a três dias do fim do atual programa de assistência – foi surpreendido na sexta-feira à noite pelo anúncio da realização de um referendo a 05 de julho.

Este servirá, segundo o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, para que o povo grego decida se aceita, ou não, o acordo proposto pelos credores – Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE).

Fonte do Syriza, partido que apoia o executivo, já disse que irá defender que a resposta dos eleitores seja 'não'.

A decisão de realizar um referendo coloca em causa a capacidade de Atenas cumprir os seus compromissos, pois a 30 de junho, próxima terça-feira, termina a extensão do atual programa de resgate da Grécia – prolongado em fevereiro por quatro meses para dar tempo a um acordo entre os credores e Atenas -, e ainda o prazo para a Grécia reembolsar quase 1.600 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).