Esqueça as divagações poéticas, a atmosfera sombria do bayou, os demónios de Rust Cohle e de Marty Hart. Calma, nem tudo poderia ser uma má notícia: exige-se preparação para a escalada de angústia prometida. True Detective ensinou-nos que os homens que vasculham mistérios não têm sempre que obedecer ao cliché da sirene ligada e dos donuts para enganar a fome.; que o crime é um caso ainda mais sério do que sempre foi; e que já não é preciso matar alguém, porque a espera chegou ao fim.
Hoje, às 23h00, no TV Series HD, o arranque da segunda temporada vai mostrar como sobra muito pouco dos primeiros ensaios de Nick Pizzolato, responsável pela conversão da série num objecto de culto. "Eu, crime, detectives, intimidades, e ideias…mas no fundo sou sempre eu", explicou à Vanity Fair, descrevendo o que se mantém da saga de investigação liderada com classe pela dupla Matthew McConaughey e Woody Harrelson.
O cenário da Louisiana cede lugar aos recantos menos solares de uma soalheira Califórnia. Vinci, a localidade semidespovoada, dependente da indústria pesada, é o palco de actuação de três agentes de diferentes ramos da polícia que seguem o fio à meada de uma teia conspirativa, na sequência do brutal homicídio de um alto oficial envolvido em corrupção.
O protagonismo está nas mãos de de Colin Farrell (Ray Velcoro, o detective de Vinci com métodos pouco limpos, a quem caberá resolver o caso sem suscitar as atenções de um meio minado por condutas ilícitas); de Vince Vaughn (que abandona o habitual território do humor para mergulhar no drama, no papel do gangster Frank Semyon); de Taylor Kitsch (que será Paul Woodrugh, o polícia taciturno, veterano de guerra atormentado, movido a Viagra); e de Rachel McAdams (na pele de Ani Bezzerides, a detective durona de Ventura County, criada numa comunidade hippie) a representação feminina
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