"Se após o referendo o governo grego pedir para retomar as negociações, naturalmente que não nos vamos opor", declarou Merkel, numa conferência de imprensa em Berlim.
O referendo "está evidentemente ligado à manutenção no euro", afirmou, sem dar qualquer conselho de voto aos "cidadãos gregos responsáveis".
O ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, na mesma conferência de imprensa, foi mais direto e disse que a questão colocada no referendo é "sim ou não à continuação na zona euro".
O governo grego "deve dizê-lo claramente aos cidadãos", defendeu, na mesma linha do que foi dito pouco antes pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
"Se os gregos optarem pela continuação (no euro), as negociações devem recomeçar, isso é claro", afirmou o parceiro de coligação de Merkel.
Merkel e Gabriel, que se reuniram com dirigentes partidários e dos grupos parlamentares alemães, sublinharam que as propostas apresentadas pelas instituições credoras da Grécia (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) continuam a ser a base de eventuais negociações no futuro.
"A posição não mudará: solidariedade e esforços estão juntos", disse a chanceler, insistindo na necessidade de se encontrar compromissos, o que disse significar que "ninguém pode obter 100%".
O programa europeu de assistência financeira à Grécia termina na terça-feira, depois de ter sido prolongado em fevereiro.
No sábado passado, o Eurogrupo decidiu não o prolongar, depois de o governo grego ter anunciado um referendo sobre a última proposta dos credores. A consulta popular terá lugar no domingo, dia 5 de julho.
Lusa / SOL