Jorge Sampaio

Desde que saiu da Presidência da República, em 2006, longe de se acomodar a uma reforma tranquila, dedicou a sua energia e o seu prestígio a causas de dimensão internacional. Primeiro, como enviado especial do secretário-geral da ONU na Luta Contra a Tuberculose, depois e cumulativamente, como presidente da Aliança das Civilizações, agora no apoio a centenas de estudantes sírios para terem bolsas de estudo na Europa e nos EUA. Esta actividade valeu-lhe, esta semana, a distinção de ser a primeira personalidade masculina a receber o Prémio Nelson Mandela. Que apenas é atribuído de cinco em cinco anos e premeia figuras com uma contribuição excepcional em prol da humanidade, pautando-se pelos ideais da ONU e o legado de Mandela. Uma distinção rara, excepcional e merecida.

Rui Tavares

O partido Livre tem sabido saltar para fora do gueto isolacionista e à margem de qualquer utilidade para a governação em que se fecharam o Bloco de Esquerda e outros dissidentes dessa área política. O Livre vem congregando figuras conhecidas da vida cultural e do espectáculo, académicos e profissionais liberais, ao mesmo tempo que alargou a escolha democrática dos seus dirigentes e candidatos. Está na moda à esquerda, recebe os favores mediáticos de muita comunicação social e arrisca mesmo ter uma votação próxima do Bloco.           

Sombra:

Fernando Ulrich

O presidente do BPI teve uma dupla derrota. Primeiro, ao ver chumbada em assembleia geral de accionistas a desblindagem dos direitos de voto, exigida por si e pelos espanhóis do Caixabank. Depois, ao precipitar-se a declarar que a OPA dos espanhóis continuava «de pé e viva» – para ver, no dia seguinte, o Caixabank retirar a OPA. Para já, a hipótese de fusão com o BCP vai fazendo o seu caminho e ganhando adeptos.

Mário Nogueira

A fraquíssima adesão à manifestação que a Fenprof promoveu no passado sábado foi o sinal do cansaço e desmotivação que este sindicalismo partidarizado e vesgo espalhou na classe dos professores. A causa não é fácil num país onde há cada vez menos crianças e alunos – e, por isso, mais professores dispensados. Mas esta ortodoxia sindical só agrava o problema.

Crónica originalmente publicada na edição em papel do SOL de 26/06/2015