O SOL sabe que o grupo chinês Fosun, que já controla a Fidelidade, entregou uma oferta vinculativa. Também os chineses da Anbang Insurance Group e a norte-americana Apollo Global Management, dona da Tranquilidade, formalizaram propostas até às 17 horas, prazo limite para entrega de ofertas vinculativas.
Pelo caminho ficaram o Santander e o "private equity" Cerberus.
A apresentação de três candidaturas foi confirmada oficialmente pelo Banco de Portugal em comunicado."O Banco de Portugal informa que […] foram recebidas três propostas".
O processo de venda da instituição de transição entra agora na última fase: pré-selecção da proposta, negociação (se aplicável) e decisão final.
Carlos Costa avaliará as propostas nas próximas semanas, "à luz dos critérios de avaliação previstos no caderno de encargos do procedimento de alienação disponibilizado a 4 de Dezembro de 2014".
Desde o início do processo, o Banco de Portugal tem apenas divulgado o número de candidatos seleccionados para a fase seguinte. Os nomes dos candidatos e os valores das ofertas não são apresentados.
Segundo o caderno de encargos, a proposta vencedora será escolhida tendo em consideração vários critérios: a atractividade da oferta, a disponibilidade para adquirir a totalidade dos activos colocados à venda, os planos estratégicos e de desenvolvimento para o Novo Banco e o impacto geral da operação na concorrência e estabilidade financeira do sector bancário em Portugal.
O Novo Banco tem o valor indicativo de 4.900 milhões de euros, o montante correspondente à injecção de capital recebida quando foi criado. Desse valor, 3.900 milhões de euros foram emprestados pelo Estado ao Fundo de Resolução, 700 milhões advêm de um financiamento dos bancos e o remanescente resulta dos recursos próprios do Fundo.
Se o encaixe com a venda do Novo Banco for inferior a 4.900 milhões de euros serão os bancos a suportar as perdas, com as contribuições para o Fundo de Resolução.
Por sua vez, se a oferta for superior a 4.900 milhões de euros, o excedente reverterá para o BES, ou para a sua massa insolvente, se entretanto já tiver sido revogada a autorização para o exercício de actividade.
O mercado acredita que o preço oferecido estará aquém dos 4.900 milhões de euros, até porque as propostas deverão incluir valores destinados ao reforço de capitais da instituição de transição.
De acordo com o Jornal de Negócios, o Banco de Portugal já terá avisado os finalistas que pode abrir um leilão final. O objectivo será desempatar ofertas idênticas e fazer subir o preço a pagar pela instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha.
Durante todo o procedimento, o Banco de Portugal manteve os canais de comunicação com a Comissão Europeia, com o Banco Central Europeu e com outras autoridades regulatórias e de supervisão, entidades que terão de formular o seu parecer à alienação do Novo Banco.
O supervisor poderá excluir as propostas nas quais os candidatos não demonstrem a sua capacidade de executar a operação atempadamente ou de garantir um elevado nível de certeza quanto à sua concretização.
Quem são os três finalistas?
A Fosun é o grande grupo chinês empenhado em conquistar uma licença bancária portuguesa, encarada como o ‘passaporte’ para a Europa. Em Portugal, a Fosun já controla a seguradora Fidelidade. Recentemente, anunciou estar interessado em investir em vários sectores, como turismo e media.
A Anbang Insurance Group é um grupo segurador chinês, que pretende ganhar escala no mercado financeiro europeu com a compra do Novo Banco.
O fundo americano Apollo já detém a Tranquilidade, antiga seguradora do universo Espírito Santo.