"Não se pode negociar antes da realização do referendo", sustentou a chanceler, que falava durante um debate extraordinário no Parlamento (Bundestag), focado na situação da Grécia.
"Um bom europeu não é aquele que procura um acordo a qualquer preço, um bom europeu é o que respeita os tratados e a legislação nacional e dessa forma ajuda a que a estabilidade da zona euro não sofra danos", sublinhou Merkel antes de defender de novo a necessidade de que a União Europeia mantenha a sua "responsabilidade comum" e a sua "capacidade de compromisso".
A chanceler assegurou que reconhece que os cidadãos gregos, um povo "orgulhoso", enfrentam dias "muito, muitos duros", mas destacou que não se pode esquecer que foi o Governo de Atenas que acabou com as negociações "de forma unilateral" ao convocar o referendo para o próximo domingo e que o segundo programa de resgate expirou na última meia-noite.
Merkel admitiu que a convocatória de um referendo é uma decisão soberana e legítima e assegurou que o executivo de Alexis Tsipras pode perguntar "quando quiser" e recomendar "o que quiser", mas os outros 18 membros da zona euro também têm direito a atuar de forma soberana e manter uma postura "adequada" perante esta consulta.
Neste contexto, recordou que os ministros do Eurogrupo, perante o novo pedido do Governo de Alexis Tsipras para começar a negociar um novo pacote de ajudas, responderam: "Esperamos pelo referendo, antes do referendo não se pode negociar sobre qualquer programa".
Essas negociações, adiantou, não podem ocorrer sem que o Bundestag conceda um novo mandato ao Governo alemão.
Merkel insistiu que a zona euro é hoje mais forte do que no início da crise para resistir à atual situação.
Lusa/SOL