Tsipras diz que os gregos têm hoje o destino nas mãos

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou que o povo enviará hoje, através do referendo que se realiza na Grécia, a importante mensagem de que têm “nas mãos as rédeas do seu destino”.

"Muitos podem ignorar a vontade do Governo. A vontade do povo não", disse Tsipras, depois de ter votado no bairro popular de Atenas de Kipseli.

O primeiro-ministro reforçou que "hoje o povo grego envia a mensagem que toma nas suas mãos o seu destino", assim como "hoje a democracia vence o medo" e "a determinação vence a propaganda do medo".

Numa mesa de voto repleta de câmaras e entre aplausos de cidadãos, Tsipras lançou também uma mensagem europeísta para reforçar que a escolha de hoje é "uma mensagem de determinação, não só para ficar, mas para viver com dignidade na Europa".

"Estou muito otimista", disse Tsipras, sobre o resultado do referendo em que os gregos vão decidir se aceitam o programa apresentado pelos credores internacionais.

Hoje são chamados cerca de dez milhões de gregos a decidir sobre o futuro do país e, provavelmente, a permanência na zona euro.

As mais de 19 mil assembleias de voto abriram às 07:00 (05:00 em Lisboa) e fecham às 19:00 (17:00 em Lisboa), antecipando-se uma longa noite para os líderes europeus e para os principais atores financeiros.

O referendo, o primeiro desde 1974, serve para os gregos decidirem se aceitam o programa apresentado pelos credores internacionais (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) há mais de uma semana.

Contudo, esse programa já não existe, dado que Atenas falhou o pagamento de 1,55 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a meio da semana passada.

É exigida uma participação de pelo menos 40% do eleitorado para que o resultado do referendo seja considerado válido.

Os primeiros resultados devem ser conhecidos a partir das 19:00 (hora em Lisboa).

O Governo grego surpreendeu toda a gente ao final do dia 26 de junho, ao anunciar um referendo durante as negociações, e ficou assim arredado de receber, pelo menos para já, cerca de 12 mil milhões de euros que estavam a ser negociados com os parceiros europeus até novembro, e mais de 3,5 mil milhões de euros vindos do FMI.

Lusa / SOL