Mas os resultados foram mais alarmantes. Até porque a TV, apesar do considerável aumento de audiências juvenis, parece ser apenas uma das variáveis deste problema, que começa a tornar-se cada vez mais complexo. Cristina Padez realça, num comunicado da Universidade de Coimbra, que “entre 2002 e 2009, o número de crianças que vê televisão mais de duas horas/dia aumentou 12%, durante a semana, 15% ao sábado e 17% ao domingo. As crianças cujos pais têm baixo nível de instrução são as que passam mais tempo a ver televisão”.
O computador é outra das variáveis a ter em conta. Padez observa que “enquanto em 2002 as crianças pobres praticamente não utilizavam o computador, em 2009 cerca de 19% destes miúdos gastou mais de duas horas por dia no computador, reflectindo o ‘efeito Magalhães’, em resultado da estratégia do Governo de atribuir os dispositivos aos alunos do ensino básico”, observa a especialista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
A juntar à festa, o desporto fora da escola foi abandonado a uma cadência preocupante. De acordo com o estudo, só metade das crianças tem actividade física exterior à do currículo escolar obrigatório, tendo a percentagem de crianças que não pratica desporto passado de 36% em 2002 para 80% em 2009.