Para Tomás Bessa, David Gray e Finn Kastrup foi um segundo título na competição, sendo que o jogador do Club de Golf de Miramar somou um segundo consecutivo, depois do sucesso no ano passado com Pedro Lencart, enquanto o britânico e o dinamarquês do Club de Golf do Estoril recuperaram o ceptro conquistado há dois anos e perdido no ano passado, quando lideravam a prova e foram desclassificados.
David Gray está numa fase excelente e há duas semanas tinha integrado a equipa do Estoril que venceu o Campeonato Nacional de Clubes Seniores na Aroeira.
A Federação Portuguesa de Golfe organizou os Campeonatos Nacionais de Pares torneio nos últimos dois dias no Santo Estêvão Golfe, do Grupo Orizonte, em Benavente e, desta feita, o regulamento retomou as duas voltas de foursomes, abandonando o formato de fourball nos primeiros 18 buracos que tinha adoptado em 2013 e 2014.
«O torneio jogou-se sempre neste formato mas, na expectativa de ter mais inscritos, alterámos o regulamento em 2013 e 2014, sem sucesso. Por isso, regressámos ao formato original», explicou o director-técnico nacional, João Coutinho.
Tendo em conta que os fourball proporcionam mais birdies, o sucesso dos veteranos David Gray e Finn Kastrup de 14 acima do Par, com voltas de 78 e 82, acaba por ser mais impressionante do que o de +12 com que estes jogadores se tinham imposto há dois anos, no percurso bem mais difícil do Lisbon Sports Club.
O par veterano do Estoril, que já coliderava aos 18 buracos com os seus companheiros de clube Ronald Goddard e Pedro Palmares, bateu hoje por 2 pancadas a formação de Alexandre Coelho e Domingos Cardoso, do Clube de Golfe de Braga, que já tinham sido vice-campeões no ano passado.
Pelo mesmo motivo, por se ter jogado apenas em foursomes, apesar de Santo Estêvão ser um traçado mais acessível, é bastante elogioso o resultado final de 4 abaixo do Par com que Tomás Bessa e Renato Ferreira conquistaram o seu primeiro título nacional em conjunto.
Os jogadores de Miramar, ambos de 18 anos, superaram os rivais do Clube de Golfe de Vilamoura, Francisco Oliveira e Tomás Melo Gouveia – ambos estudantes nos Estados Unidos e jogadores no circuito universitário norte-americano – por 4 pancadas.
As duas equipas estavam empatadas na frente aos 18 buracos, com 71 pancadas, mas hoje os nortenhos repetiram as 2 abaixo do Par, enquanto os algarvios não conseguiram melhor do que 75 (+2).
O melhor resultado do torneio foram as 70 (-3) pancadas de hoje da dupla João Pinto Basto e Francisco Ataíde Jr., do Quinta do Peru Golf & Country Club, que saltou do 5º para o 3º lugar (+2).
Há um ano, Tomás Bessa e Pedro Lencart emparceiraram pela primeira vez num Nacional de Pares e uniram esforços várias vezes ao longo do ano em torneios regionais e nacionais, com enorme sucesso.
Foi, por isso, estranho não vê-los defender o título este ano, mas Nelson Ribeiro, treinador de Miramar, explicou ao Gabinete de Imprensa da FPG que, afinal, houve uma razão compreensível: «A parceria do Tomás Bessa com o Pedro Lencart era para manter este ano, mas esta noite parto para a Finlândia para um torneio do calendário europeu (sub-16), com a Joana Silveira e o Pedro Lencart. Devido à viagem e à gestão do esforço físico o Pedro não jogou. Os próximos dois meses serão de muitas competições internacionais».
A partir desse momento, como nos contou Tomás Bessa, a principal preocupação consistiu em «manter o troféu em Miramar».
«Nas últimas três semanas tivemos de testar o Tomás com os restantes jogadores do nosso clube e as opções seriam o Renato Ferreira ou Rui Morris. Ora o Rui entrou no Campeonato internacional Amador da Suíça e acabámos por decidir em conjunto que iriam jogar o Tomás Bessa e o Renato Ferreira, que várias vezes já tinham jogado juntos», acrescentou Nelson Ribeiro.
Decisão, como se viu, acertada e que permitiu a ambos viverem alguns momentos emotivos, Renato Ferreira porque venceu pela primeira vez um campeonato nacional e Tomás Bessa porque pode dedicar a vitória ao pai, que sofreu uma arritmia cardíaca antes do torneio.
Ao site especializado “Golftatto”, Renato Ferreira declarou-se maravilhado e confessou alguns momentos menos bons durante a prova: «Estou muito contente, é o meu primeiro título nacional. Agradeço ao Tomás, sem ele não teria sido possível. Tivemos algumas zangas a meio da volta, por questões estratégicas, mas como somos grandes amigos isso passou. Jogo e treino com ele quase todos os dias, conheço-o muito bem».
Tomás Bessa, que considera Renato «um bom amigo», contou-nos que tudo foi preparado com antecedência: «Uma semana antes do torneio, o Renato e eu treinámos juntos a modalidade de foursomes no nosso home club e analisámos também o campo e a estratégia de jogo com o nosso treinador Nelson Ribeiro».
Para Tomás, que esta semana soube que irá pela primeira vez integrar a seleção nacional no Campeonato da Europa Amador Masculino por Equipas, a emoção de vencer não é igual a um primeiro título, a sensação vivida no ano passado, mas o êxito de hoje teve um sabor «especial» pelas dificuldades sentidas.
«No ano passado o Pedro e eu jogámos em casa e soubemos aproveitar bem esse "trunfo" para ganharmos confortavelmente. Este ano, embora tenhamos jogado num campo onde este ano jogámos algumas voltas no Campeonato Nacional Amador Absoluto Peugeot, foi tudo muito renhido até ao último buraco. Qualquer uma das duas primeiras duplas poderia ter ganho, mas penso que tivemos mais sangue frio e garra nos últimos buracos», disse-nos o irmão de Leonor Bessa.
O 27º Campeonato Nacional de Pare Masculinos contou com 13 equipas e os principais resultados foram os seguintes:
1º Tomás Bessa/Renato Ferreira (Miramar), 142 (71+71), -4
2º Francisco Oliveira/Tomás Melo Gouveia (Vilamoura), 146 (71+75), Par
3º João Pinto Basto/Francisco Ataíde Jr. (Quinta do Peru), 148 (78+70), +2
A 3ª edição do Campeonato Nacional de Pares Seniores contou com 9 equipas e os três primeiros classificados foram os seguintes:
1º David Gray/Finn Kastrup (Estoril), 160 (78+82), +14
2º Alexandre Coelho/Domingos Cardoso (Braga), 162 (83+79), +16
3º Ronald Godard/Pedro Palmares (Estoril), 164 (78+86), +18
Artigo escrito por Hugo Ribeiro, ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Semanário SOL.