Grécia. Dijsselbloem estima que 3.º resgate ainda demorará quatro semanas a ser aprovado

O presidente do Eurogrupo estimou hoje que ainda demorarão cerca de quatro semanas as negociações do terceiro resgate à Grécia e afirmou que não houve acordo sobre o empréstimo intermédio na reunião de hoje devido à complexidade do assunto. 

"Ainda demorará (…). Creio que será mais próximo das quatro semanas do que das duas", disse Dijsselbloem em conferência de imprensa, após a reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, quando questionado sobre quanto tempo poderá levará até ser aprovado o terceiro resgate a Atenas, acrescentando que alguns até consideram a sua previsão otimista.

Sobre o financiamento-ponte, para evitar que o Estado grego volte a incumprir com obrigações financeiras enquanto não há um novo resgate, afirmou que este é "um assunto muito complexo", tanto a nível técnico como a nível político, com diferenças entre os países, e que irá agora ser avaliado por peritos de modo a ser novamente levado a debate nas próximas reuniões do Eurogrupo. 

"Não encontrámos a chave de ouro", adiantou o holandês, que foi hoje reeleito para mais um mandato como presidente do fórum dos ministros das Finanças da zona euro.

Ainda a meio desta semana, disse, deverá haver uma reunião por teleconferência do Eurogrupo, na quarta-feira à noite ou na quinta-feira de manhã, após a votação esperada do parlamento grego às medidas de austeridade exigidas pelos credores e parceiros europeus.

Outra reunião está prevista para o final da semana, para que o Eurogrupo dê finalmente mandato às instituições para reabrirem as negociações com vista à aprovação do terceiro programa de ajuda a Atenas, que se antecipa que oscile entre os 82 e os 86 mil milhões de euros.

Enquanto o novo resgate não é aprovado, o chamado 'financiamento-ponte' ou empréstimo intermédio tem como objetivo servir para que a Grécia não falhe os próximos pagamentos, caso dos 3,5 mil milhões de euros que deve pagar ao Banco Central Europeu (BCE) em reembolsos de dívida já a 20 de julho.

Segundo as estimativas de Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e BCE, o país precisa de sete mil milhões de euros até 20 de julho e de mais cinco mil milhões até meados de agosto.

Lusa/SOL