Oskar Groening, de 94 anos, mostrou-se impassível enquanto o juiz, Franz Kompisch, lia o veredito: "o arguido é considerado culpado de ser cúmplice de homicídio em 300.000 casos legalmente ligados de judeus deportados que foram enviados para as câmaras de gás em 1944.
Groening serviu de "guarda-livros" no campo de extermínio da Polónia ocupada pelos nazis, onde categorizava e contava dinheiro de diferentes moedas europeias, tirado aos que foram mortos ou usados como escravos de trabalho. O dinheiro era, posteriormente, enviado para os chefes nazis, em Berlim.
A sentença foi maior do que os três anos e meio que os promotores exigiram no tribunal no norte da cidade de Luneburgo, Alemanha, que julgava o caso desde abril passado.
Groening teve, na terça-feira, a última oportunidade para declarar em tribunal que estava "arrependido" e que "lamentava muito" o sucedido no campo de concentração, dizendo aos juízes que "ninguém devia ter participado em Auschwitz".
"Eu sei disso. Sinceramente arrependo-me de não ter tido essa perceção mais cedo e mais consistentemente. Estou muito arrependido", disse, com "voz vacilante".
Um grupo de sobreviventes do Holocausto declarou, em comunicado após o veredicto, que se congratulava "com a condenação de Oskar Groening", classificando-a como "um passo tardio em direção à justiça".
Groening testemunhou em abril passado, e de novo este mês, que estava tão horrorizado com os crimes que presenciou no campo após a sua chegada em 1942, que apelou três vezes aos seus superiores hierárquicos para ser transferido para a frente de combate, o que não aconteceu até ao outono de 1944.
Groening reconheceu a "culpa moral", mas disse que só o tribunal poderia pronunciar-se sobre a sua culpa legal, sete décadas após o fim do Holocausto.
Cerca de 1,1 milhões de pessoas, a maior parte judeus europeus, morreram entre 1940 e 1945 no campo de Auschwitz-Birkenau, antes de este ser libertado pelas forças soviéticas.
Lusa/SOL