Na sexta-feira passada, quando viajou até Portugal para ser condecorado pelo Presidente da República Cavaco Silva com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, Moniz levou na bagagem uma garrafa de vinho da Madeira oferecida pelo embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Robert Sherman. “Disse-lhe que só a abrisse depois de ele e Kerry selarem o acordo com os iranianos”, avança o Washington Post. Chegado a Viena, onde as delegações do Irão e do grupo conhecido como 5+1 (EUA, Reino Unido, China, França, Rússia mais a Alemanha) selaram o acordo nuclear iraniano – em que o Irão se compromete a limitar a sua actividade nuclear em troca da suspensão de sanções económicas internacionais -, Ernest Moniz abriu a garrafa, brindou com Kerry e com três outros importantes negociadores: a sub-secretária de Estado dos Assuntos Políticos, Wendy Sherman, o chefe de gabinete do Departamento de Estado, Jon Finer, e o director do Conselho de Segurança Nacional para o Irão, Iraque, Síria e Estados do Golfo, Robert Malley.
Na história do país, não é a primeira vez que o vinho da Madeira serve para celebrar ocasiões especiais. Foi com este néctar português que se celebrou a Declaração de Independência de 1776, assim como o bebeu o primeiro Presidente norte-americano, George Washington, na sua tomada de posse em 1789.