Obama disse, no seu discurso semanal, que sem este acordo arriscava-se a "uma outra guerra nesta região, a mais volátil do mundo".
"Este acordo coloca a bomba (nuclear) ainda mais longe do alcance do Irão. Isso impõe ao Irão uma proibição para sempre de possuir armas nucleares", referiu.
"Vamos fazer uma vigilância sem precedentes, 24 sobre 24 horas, sete dias sobre sete dias, das principais instalações nucleares do Irão", defendeu o Presidente norte-americano, lembrando que as sanções internacionais contra este país, que o acordo prevê que sejam levantadas, serão restabelecidas no caso de violação.
Os parlamentares norte-americanos dispõem de 60 dias, a partir da apresentação oficial no congresso dos documentos das negociações de Viena, para aprovar ou rejeitar o acordo.
Obama deverá convencer pelo menos um terço do Congresso, dominado pelos seus adversários republicanos que são muito hostis, a não impedir a suspensão das sanções norte-americanas contra ao Irão.
O Presidente assegurou que ele "está aberto a qualquer exame" e "não terá medo de qualquer questão" por parte do congresso.
"Nós recusámo-nos a aceitar um mau acordo. Nós tínhamos de ter um acordo que satisfizesse todas as nossas exigências e nós tivemos", sublinhou.
O acordo foi concluído na terça-feira, em Viena, entre o Irão e as grandes potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).
O guia supremo iraniano disse hoje que o acordo nuclear alcançado com as potências mundiais não vai mudar a postura do Irão relativamente aos "arrogantes" Estados Unidos nem a política de apoio aos seus "amigos" na região.
As declarações do ayatollah Ali Khamenei foram recebidas com gritos "Morte à América" durante uma cerimónia em Teerão que assinalou o fim do mês de jejum e abstinência do Ramadão, ao serem transmitidas em direto pela televisão estatal.
Ali Khamenei reiterou que o acordo alcançado na terça-feira com o Grupo 5+1 ainda não é lei e tem que ser cuidadosamente analisado. Na quinta-feira, o guia supremo iraniano já tinha pedido um "cuidadoso escrutínio" ao acordo durante o processo ao qual deverá ser submetido no parlamento.
Lusa/SOL