Chinês trocou 143 pinturas por cópias em museu

Um bibliotecário chinês na Academia de Belas Artes de Guangzhou admitiu em tribunal ter roubado 143 pinturas da galeria onde era responsável. Disse que as substituiu por cópias da sua autoria. 125 dessas obras foram vendidas por um total de cinco milhões de euros.

Segundo a Associated Press, Xiao Yuan roubou os quadros de grandes mestres chineses entre 2004 e 2006 e manteve-se em funções na Academia de Guangzhou até 2010. Só mais tarde é que os crimes foram descobertos e o bibliotecário de 57 anos revelou em tribunal que a prática era comum.
 
Yuan disse que logo no seu primeiro dia de trabalho na biblioteca reparou que algumas das obras expostas eram falsas. E quando começou a roubar quadros ficou ainda mais surpreendido quando que percebeu que as suas cópias acabavam por ser roubadas também e trocadas por outras cópias. “Percebi que alguém tinha trocado os meus quadros por outros porque dava para ver claramente que eram piores”, afirmou em tribunal.
 
Disse também que praticamente qualquer pessoa conseguia roubar as pinturas, uma vez que tanto alunos como professores podiam levar as obras para casa ‘emprestadas’, como se fossem livros.
 
Xiao Yuan vendeu 125 pinturas por 34 milhões de yuan, cerca de cinco milhões de euros, entre 2004 e 2011. Usou o dinheiro depois para comprar casas e outros quadros. As 18 obras que não vendeu estão avaliadas em mais de dez milhões de euros.   
 
Qi Baishi e Zhang Daqian, são dois pintores do século passado cujas obras foram roubadas. Também foi roubada ‘Rochedo e pássaros’, uma pintura de Zhu Da, um artista chinês do século XVII.
 
emanuel.costa@sol.pt