O comandante Paulo Isabel referiu à Lusa que este ano o número de licenças de venda ambulante – a chamada "venda de saco às costas" – aumentou 10%, tendo sido autorizadas 300 nos areais de todo o distrito de Faro.
"O tradicional há uns anos era a bola de Berlim. Atualmente, temos pedidos de fruta, de bolas de Berlim com recheios diferentes, temos pedidos também de venda de sumos embalados", explicou o também comandante regional da Polícia Marítima.
Mal chega ao areal de Vilamoura, o vendedor Nuno Ribeiro recebe um sinal de Crisálida Carvalho e do marido, que ficaram curiosos e quiseram comprar uma garrafa de sumo de laranja.
"Nunca tinha visto este sumo à venda. Se realmente é sumo natural, acho que é uma ideia bastante agravável […], mesmo para os miúdos", diz Crisálida.
Após terem "tomado as rédeas" do negócio de venda de laranjas dos avós, localizado em Boliqueime, concelho de Loulé, Miguel Coelho e o irmão apostaram na venda de sumo de laranja algarvia acabado de fazer à beira da estrada.
O sucesso da experiência encorajou-os a dar mais um passo e este ano estão a vender sumo fresco e engarrafado nas praias de Vilamoura e Quarteira.
Atualmente, a Laranjas Baguinho produz diariamente entre 150 e 200 litros de sumo de laranja engarrafado, em embalagens de meio litro e de um litro, para venda nas praias, mas, com o pico da época turística a chegar, espera superar esse valor e também já começa a distribuir em estabelecimentos comerciais, em unidades hoteleiras e em eventos, para onde também sugerem a caipirinha de laranja.
"A grande aceitação que temos tido por parte do público e o reconhecimento que também está a ser feito pelas autoridades que nos deram os licenciamentos faz-nos acreditar que no próximo ano poderemos estar presentes num maior número de praias", explica Miguel Coelho, que se diz motivado a ajudar a economia local e a valorizar a laranja algarvia.
Os objetivos são partilhados por Hugo Lopes, que em 2014 começou a vender caixas com saladas de frutas da época ou tropicais nas praias do sotavento algarvio.
"Queria estar na minha sombrinha, estar com a minha família, não ter de os deixar e ir fazer uma compra e poder comer fruta e saborear algo mais saudável e alternativo", conta.
Este ano, a empresa Fruta Mar está a vender as suas saladas em praias desde Tavira até à ilha de Faro já conseguiu avançar para as praias espanholas de Ayamonte. Também começa a chegar a cantinas escolares e à restauração.
"Os grandes clientes que eu tenho mesmo nas praias são as crianças. Sempre pensei que seriam as senhoras a querer manter a linha, mas não", refere Hugo Lopes, que diariamente vende cerca de 200 caixas de salada de fruta nas praias das ilhas de Tavira, Cabanas, Fuseta, Faro e na praia do Barril.
Agora, tem como ambição chegar a vários locais da Península Ibérica.
O sucesso que teve no ano passado não passou despercebido e já outros empresários conseguiram licença para vender noutras praias.
Lusa/SOL