Ricardo Melo Gouveia (RMG) vai ter um torneio com o seu próprio nome. O evento, que terá o aval da PGA de Portugal, será um dos pontos altos do recente contrato de patrocínio que firmou com o Guardian Bom Sucesso Golf (GBSG), em Óbidos.
«Irá, sem dúvida, existir uma Ricardo Melo Gouveia Cup», disse Pedro Portugal, o diretor de golfe do resort. «Estamos a trabalhar nisso com o RMG e a PGA de Portugal, para trazermos cá competições internacionais e nacionais Neste último fim de semana, fizemos a Guardian Bom Sucesso Cup e ele jogou um buraco com cada um dos participantes. No final, ele e o David Llewellyn, o seu treinador, deram uma pequena lição técnica», acrescentou o também CEO do GBSG.
Os moldes desse torneio estão ainda por definir, mas o contrato, pelo contrário é bem preciso. Irá prolongar-se até Dezembro de 2016, o jogador apresentou o novo equipamento com o logótipo do resort no peito e estará com alguma frequência na região Oeste. «Neste momento o logo está no peito, o nosso é um patrocínio com destaque principal. O nosso é a afiliação do jogador ao campo e dar-lhe condições para que nos visite, venha cá treinar. «Esta já é a casa dele e estamos muito contentes por termos participado numa altura em que um atleta português de alta competição está a afirmar-se. «Sei que era importante para o Ricardo ter um apoio deste tipo, é importante para nós e acima de tudo é importante para o golfe português. «Nós, empresários de golfe, temos de começar a olhar para estes apoios e para estes patrocínios como algo de lógico, normal e necessário», explicou Pedro Portugal.
José Correia, o presidente da PGA de Portugal e um dos gestores do projeto Portugal Golf Team, do qual Ricardo Melo Gouveia faz parte, considera esta postura edificativa: «Este é um exemplo que espero outros campos venham a seguir, pois é uma forma de se posicionarem como marca e também de colaborarem para o sucesso da carreira dos nossos melhores jogadores».
O jogador, por seu lado, mostra-se «disponível para ‘corporate days’, para estar com os membros, fazer clínicas e outras atividades». «Mas irei ao GBSG muito mais vezes do que isso, porque é um local bom para passar uns dias a treinar, descontrair, levar comigo a família e a namorada, passar uns dias mais descansado e sentir-me em casa», disse o atual n.º1 do ranking do Challenge Tour, que já tem assegurada a subida ao European Tour em 2016.
O acordo com o GBSG é, contudo, anterior a essa qualificação e quando o n.º1 português venceu o seu segundo título do Challenge Tour, na Alemanha, não se esqueceu de agradecer aos seus patrocinadores – Srixon, Oliveira da Serra e GBSG. «O nosso acordo é anterior ao torneio que ele ganhou recentemente, vem de Maio. Ele esteve aqui na Taça PGA Portugal Betterball, (que ganhou ao lado do Ricardo Santos). Nessa altura eu pedi ao José Correia para jogar com o Ricardo e chegámos imediatamente a um acordo que foi fechado nas semanas seguintes», especificou Pedro Portugal. Numa altura em que está bem dentro da lista provisória de jogadores qualificados para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, Ricardo Melo Gouveia começa a ser mais cobiçado e o jogador premiou a iniciativa do Resort de Óbidos. «Foi a primeira pessoa a arriscar a patrocinar alguém em Portugal e é um resort que tem imenso potencial. Conheci o Pedro Portugal no torneio de pares, gostei da pessoa, da visão que tem para o golfe em Portugal e em particular para o GBSG e encaixa bem no meu plano futuro», disse o melhor português no ranking mundial.
E que visão é essa? José Correia confirma que a PGA de Portugal está abrangida: «A PGA de Portugal tem um envolvimento estratégico com o GBSG e este apoio ao Ricardo advém também dessa estratégia de cooperação e desenvolvimento deste resort, que será certamente uma referência do nosso país».
Pedro Portugal vai ainda mais longe: «A ligação com o RMG surge do nosso projeto conjunto com a PGA de Portugal. Desde a Taça de Betterball que desejamos uma parceria sólida que vá muito para além da organização de torneios e até mesmo da criação de uma academia PGA, mas sim de um projeto mais alargado que passe pela revisão estratégica, revisão do campo em si, da experiência PGA para turistas ou para clientes normais.
«Queremos diferenciar o campo. Daí a nossa aposta na alta competição, com uma lógica mais técnica, embora sempre com uma componente social que é essencial mas muito focados no desporto, no alto rendimento. Acreditamos que o nosso campo deve estar focado nessa atividade e não estar apenas virado para o negócio e para a venda de green-fees».
Para RMG, que este ano já venceu três torneios em três circuitos diferentes, «o campo tem condições para receber um torneio importante, não só do Challenge mas também do European Tour, tem muitos bons buracos».
O menos importante na apresentação do novo equipamento do n.º1 nacional, do anúncio do contrato e da promessa de um novo torneio com o seu nome, foi o resultado da competição para convidados do GBSG e da PGA de Portugal, entre os quais um dos membros da Direção da Federação Portuguesa de Golfe, Nuno Mimoso. De qualquer modo, vale sempre a pena nomear os vencedores. Na classificação gross (a mais importante num campo que visa o alto rendimento), ganhou o espanhol Juan Ignacio Simon Porras, com 28 pontos stableford.
Na classificação net, impôs-se o português Rodrigo Raposo Fernandes, da Associação de Seniores de Portugal, com 41 pontos, os mesmos do espanhol Porras e de Miguel Costa. No sistema de desempate, Rodrigo Fernandes foi declarado campeão por ter jogado melhor os últimos nove buracos (respetivamente 23, 20 e 19 pontos).
Artigo escrito por Hugo Ribeiro, ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Semanário SOL