O leão, um macho de 13 anos célebre pela sua juba negra, foi atraído para fora dos limites do parque e atingido por flechas disparadas por Walter James Palmer, ficando ferido e tentando fugir.
O norte-americano terá seguido o animal moribundo durante 40 horas com a ajuda de dois cúmplices – a quem terá pago 50.000 dólares (cerca de 45.200 euros) -, conseguindo finalmente abatê-lo a tiro.
A culpa do dentista foi hoje confirmada pela Associação de Operadores de Safari do Zimbabué, em conferência de imprensa na capital do país, Harare.
"Segundo as informações que temos, parece que ele já teria cometido crimes semelhantes noutros locais", afirmou Emmanuel Fundira, o presidente da associação.
Nem o parque de Hwange nem a polícia confirmam se o indivíduo ainda se encontra no país africano, nem se será julgado.
Os seus dois cúmplices foram, porém, identificados e detidos, devendo comparecer em tribunal na quarta-feira, acusados de caça furtiva.
Walter James Palmer, dentista no estado norte-americano de Minnesota, tinha já sido falado pela imprensa do seu país, mas em tom marcadamente diferente.
Em 2009, o jornal New York Times elogiava a sua perícia no tiro ao arco, sublinhando que Palmer tinha aprendido a usar a arma "aos cinco anos de idade", e que era "capaz de acertar numa carta de jogar a mais de 90 metros de distância".
A página na rede social Facebook do seu consultório dentário foi apagada, após ser alvo de numerosos comentários de internautas indignados.
"O mais triste de tudo isto, agora que Cecil está morto, é que o leão que o substitui no topo da hierarquia, Jericho, vai provavelmente matar todas as crias de Cecil, como mandam as regras sociais naturais entre os leões", declarou um porta-voz da organização não-governamental Zimbabwe Conservation Task Force (ZCTF), dedicada à preservação da vida selvagem do país.
No Zimbabué, a caça só é permitida em reservas privadas e só até certas quotas, e é totalmente proibida nos parques nacionais como o de Hwange, que no ano passado recebeu cerca de 50.000 visitantes, 23.000 dos quais estrangeiros.
Lusa/SOL