Após uma reunião convocada de urgência a pedido da Turquia, que se realizou em Bruxelas entre os embaixadores dos Estados-membros da NATO, foram "fortemente condenados os atentados terroristas contra a Turquia" e expressadas condolências ao Governo do país e às vítimas.
"A segurança da Aliança é indivisível, mantemos a forte solidariedade com a Turquia", disseram em comunicado conjunto os representantes dos países aliados após o encontro extraordinário.
As conversações em Bruxelas aconteceram depois de Ancara ter decidido avançar com uma dupla ofensiva, quer contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI), quer contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Depois de um atentado suicida atribuído aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico, em Suruç (sul da Turquia), a 20 de julho, no qual morreram 32 pessoas e uma centena ficou ferida, a força aérea turca bombardeou várias vezes posições do EI em território sírio.
Entretanto, também avançou com uma ofensiva militar contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, a dizer que tal continuará até que os rebeldes curdos deponham as armas.
A Turquia justifica a série de ataques aéreos lançados contra bases do PKK no norte do Iraque como a reposta a ataques atribuídos ao movimento curdo que tiveram como alvo membros das forças de segurança.
Estas ações ameaçam acabar com o frágil processo de paz encetado no outono de 2012 pelo regime do Presidente Recep Tayyip Erdogan com o objetivo de pôr fim a uma rebelião que provocou 40 mil mortos desde 1984 e estão a levantar dúvidas na comunidade internacional.
Hoje, a Comissão Europeia confirmou que o presidente, Jean-Claude Juncker, falou ao telefone com o primeiro-ministro turco no fim-de-semana e que se reunirá com o Presidente turco a 05 de outubro.
Nessa conversa, disse hoje a porta-voz da Comissão europeia, Mina Andreeva, Juncker apresentou condolências pelos ataques terroristas recentes, manifestou apoio à Turquia na luta contra o Estado Islâmico e pediu "proporcionalidade" nas ações contra os rebeldes curdos do PKK.
Ainda no comunicado conjunto após a reunião de emergência, os aliados sublinharam que o terrorismo coloca uma "ameaça direta à segurança dos países da NATO e à estabilidade e prosperidade internacionais", numa ameaça global que, referem, a comunidade internacional tem de combater em conjunto.
Lusa/SOL