O Tribunal de Nanterre, também nos arredores de Paris, tinha ordenado no passado dia 08 de julho a suspensão do processo, no qual era pedido aos militantes que aprovassem, por correio, os novos estatutos do partido e validassem a retirada do título honorário ao ex-dirigente ultranacionalista, segundo a agência espanhola EFE.
A sentença de hoje obriga o partido, liderado desde 2011 pela sua filha Marine, a respeitar os estatutos atualmente em vigor e a rever a norma vigente numa assembleia geral extraordinária presencial, e não por via postal.
A decisão é a terceira vitória judicial de Jean-Marie Le Pen desde o início da polémica iniciada após proferir vários comentários de natureza xenófoba e antissemita, que levaram a declarações públicas de desassociação pela direção do partido.
O cofundador caraterizou repetidamente as câmaras de gás usadas para exterminar milhões de pessoas pela Alemanha nazi como sendo um "detalhe" na História da Segunda Guerra Mundial.
A Frente Nacional decretou a sua suspensão oficial do partido no passado maio, mas o político de 87 anos conseguiu anular a decisão a 02 de julho, após a contestar perante o Tribunal de Grande Instância de Nanterre.
Desde o início do conflito entre os dois Le Pen, o patriarca afirma que a sua filha e os órgãos do partido lançaram uma "caça às bruxas" contra ele e os seus delegados.
Figura polémica, Jean-Marie Le Pen já foi condenado seis vezes por racismo e incitação ao ódio racial, tendo alegadamente praticado tortura durante o seu serviço na guerra da independência da Argélia (1954-1962), acusação que nega mas que, num caso de difamação contra o jornal francês Le Monde, não conseguiu provar ser errada.
Lusa/SOL