23º Madeira Islands Open Portugal BPI: Filipe Lima confiante | Portugueses em força

Dez portugueses participam no Torneio do Clube de Golfe do Santo da Serra, uns são mais favoritos do que outros, mas todos têm aspirações – Nacho Elvira vence Pro-am

Ricardo Melo Gouveia surge destacado em várias casas de apostas online como o grande favorito à vitória na 23ª edição do Madeira Islands Open Portugal BPI, o torneio do European Tour, a contar para os rankings mundial e olímpico, que hoje (quinta-feira) começa no Clube de Golfe do Santo da Serra.

O n.º1 português e também líder do Challenge Tour tem-se desdobrado nos dois últimos dias em declarações aos media regionais, nacionais e internacionais, proclamando sempre o objetivo de ganhar o torneio de 600 mil euros em prémios monetários. Mas dos dez portugueses inscritos não é o único a pensar ou até mesmo em sonhar com a vitória e todos têm aspirações específicas. Se muito se tem falado de Melo Gouveia, agora, antes do início do Major do Challenge Tour, ouvimos também os outros nove portugueses.

 

Ricardo Melo Gouveia

Ricardo Melo Gouveia (nº1 na Corrida para Omã do Challenge Tour, em declarações ao European Tour): «Tive uma excelente semana de preparação para este torneio, na semana passada, no Guardian Bom sucesso Golf, e estou a sentir-me muito bem. Tendo em conta que, olhando para as estatísticas dos últimos anos, já estou tecnicamente no European Tour no próximo ano, os meus objetivos mudaram, quero vencer a Corrida para Omã e estou em boa posição para consegui-lo. O objetivo para esta semana, é claro, é vencer».

 

Filipe Lima

Filipe Lima (41º na Corrida para Omã do Challenge Tour): «Esta semana, as perspetivas são de ganhar, ganhar, porque isso mudar-me-ia o ano todo. Como no ano passado joguei bem e não tive muita sorte, pode ser que as coisas melhorem esta semana. Sinto-me bem, gosto do campo, é rezar um pouquinho, ter ajuda lá de cima. A forma está boa, desde o início do ano que estou a jogar bem, a bater sólido, a “patar” bem. Não estou é a gostar muito dos resultados, porque ando a fazer top-20 e top-20 em torneios do Challenge Tour não servem. Tenho de ter paciência e esperar por resultados melhores».

 

Ricardo Santos

Ricardo Santos (campeão em 2012, 197º na Corrida para o Dubai do European Tour e 133º na Corrida para Omã do Challenge Tour): «Na realidade não me sinto no meu topo de forma. É verdade que na Alemanha, há umas semanas, sentia-me bastante bem, especialmente no jogo do tee ao green. É verdade também que nos últimos tempos não tenho passado bons momentos nos greens, mas também não posso dizer que me sinta mal. Acho que é só uma questão de as coisas saírem para ganhar um pouco de confiança em todo o jogo e mudar o ”chip” para o lado bom. Com isto não quer dizer que venha com expectativas altas ou baixas. Quero é desfrutar ao máximo num torneio e num campo onde tenho muito boas memórias e ver o que posso fazer para mudar as coisas».

 

Pedro Figueiredo

Pedro Figueiredo (150º na Corrida para Omã do Challenge Tour): «Pelos últimos resultados, o torneio não me apanha em grande forma, Venho de cinco cuts falhados (consecutivos), mas sei que no golfe tudo pode mudar a qualquer momento e estou preparado para que isso aconteça. Não haveria melhor altura para isso acontecer do que no Madeira Islands Open Portugal BPI por ser o torneio mais importante do ano para os jogadores do Challenge Tour. Estamos sempre motivados para qualquer torneio, mas sendo este o mais importante, ainda se nota mais».

 

João Carlota

João Carlota (188º na Corrida para Omã do Challenge Tour): «Sinto-me bem, confiante no meu jogo, tenho estado a jogar bem ultimamente. Os resultados ainda não demonstraram bem o que tenho andado a jogar mas estou confiante para este torneio. Este ano estou focado em conseguir a melhor categoria possível no ranking do Challenge Tour para que no próximo ano possa jogar mais torneios, mais do que os oito a que estou limitado este ano por convites e esta semana deve ser encarada como mais um torneio para tentar o melhor possível.

 

Tiago Cruz

Tiago Cruz (campeão nacional): «Estou em boa forma, venho de ganhar o Open Pro-Am da Ilha Terceira, mas sei que é preciso provar em campo o momento de forma que atravesso. Este é um torneio importante para mim porque fiz-me sócio do Challenge Tour e, portanto, quero terminar a época com a melhor classificação possível no ranking para tentar ter cartão para o próximo ano. Como não tenho muitas oportunidades de jogar neste circuito e este é o torneio mais importante, é uma boa ocasião para atingir esses objetivos. Senti-me bem hoje no Pro-Am. Estava muito vento mas também sei que é preciso um pouco de sorte com as saídas porque tanto podemos apanhar muito boas condições de jogo como situações mais difíceis e é preciso jogar shot a shot para lidarmos bem com isso».

 

Gonçalo Pinto

 Gonçalo Pinto (nº7 na Ordem de Mérito 1080 Produções da PGA de Portugal): «Venho com o objetivo de jogar o melhor que sei. Troquei de treinador há poucas semanas, senti que estava a precisar de algo mais para dar um passo em frente. Neste momento ainda estou a consolidar novas coisas e espero apenas ir melhorando dia após dia. Estou a trabalhar com o Nelson Cavalheiro do Portugal Golf Team. Não perdi completamente a ligação ao Joaquim Sequeira, porque é uma pessoa que me acompanha desde o início, desde os 12 anos, conhece o meu swing de cor e salteado. O Nelson tem sido excelente, diz-me mais ou menos as mesmas coisas mas de modo diferente e, por isso, tento juntar o melhor de todos para melhorar o meu jogo. A volta de hoje no Pro-Am correu muito bem, joguei com pessoas que foram cinco estrelas e foi uma boa volta de adaptação ao campo e aos greens, está tudo pronto para arrancar».

 

Tomás Bessa

Tomás Bessa (amador, nº5 no Ranking Nacional BPI da FPG e membro da seleção nacional amadora que venceu há poucas semanas a Segunda Divisão do Campeonato da Europa): «Estou bem, tenho-me preparado bem, tenho treinado todos os dias e estou confiante no meu jogo. Fiz uma boa preparação física específica para o que sabia serem as exigências deste campo. Não será pelo cansaço físico que irei falhar. Já tinha conhecido o campo na edição de março que foi cancelada. Fiz ontem uma volta de treino, gostei do campo, tem alguns buracos traiçoeiros (“tricky”), mas se jogarmos para os sítios certos é um campo com muitas oportunidades de birdie. Vir com o Hugo Santos como treinador (da equipa técnica da FPG) é uma ajuda fundamental pela experiência que tem como profissional e pelas vezes que já jogou neste campo. Tem uma boa noção estratégica do campo e poderá permitir-me ter um bom torneio. Fiquei lisonjeado com a convocatória da FPG, fiquei muito, muito contente».

 

João Pedro Sousa

João Pedro Sousa (treinador no Clube de Golfe do Santo da Serra, em declarações à RTP Madeira): «O principal objetivo (após 12 participações) é passar o cut, agora, sonho, sonho é em ganhar. É muito diferente jogar no dia a dia e numa prova destas. O campo é preparado de uma maneira completamente diferente. Nós, sócios do clube, ao jogarmos nestas condições, torna-se mais difícil porque os greens estão mais rápidos, os roughs estão mais altos e a própria pressão do evento faz com que não seja um dia normal».

 

Carlos Laranja

Carlos Laranja (amador de 15 anos, o mais jovem do torneio, nº12 no Ranking Nacional BPI da FPG): «Os meus objetivos são ganhar experiência, aprender com os profissionais, divertir-me e aproveitar ao máximo cada momento. Jogo aqui bastantes vezes, é o meu home-club, para mim um bom resultado é andar perto do Par do campo mas neste torneio é mais difícil fazer um resultado desses. Normalmente eu “chipo” bastante bem, mas com estes greens tão rápidos sinto mais dificuldades. Os greens comportam-se de forma diferente ao que estou habituado».

 

Nacho Elvira vence Pro-Am

O Pro-Am que na quarta-feira o programa do 23º Madeira Islands Open Portugal BPI foi conquistado pelo espanhol Nacho Elvira. Nacho é um dos grandes rivais de Ricardo Melo Gouveia no Challenge Tour e este ano conquistou dois títulos – o Challenge de Madrid (em Espanha) em abril e o Karnten Golf Open (na Áustria) em maio. O espanhol, 4º classificado na Corrida para Omã do Challenge Tour, emparceirou hoje com os amadores Miguel Tavares Jr., Bernardo Calção e Roberto Henriques. Esta equipa venceu com 55 pancadas, 17 abaixo do Par, deixando a apenas 1 pancada de distância três equipas, dos profissionais Jerôme Casanova (com os amadores Ana Bento, Rui Cunha e Timothy Broad), Tom Murray (Milton Gouveia, António Vasconcelos e Adelino Pereira) e Benjamin Hebert (Lino Bento, João Lopes e Manuel Sousa).

O torneio principal, para 156 profissionais de 23 países, começa amanhã, às 08h00, havendo um cut para os 65 primeiros em empatados aos 36 buracos, na sexta-feira.  

 

Artigo escrito por Hugo Ribeiro, ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Semanário SOL