Jethro Bronner, um estudante de Jornalismo da província de KwaZulu-Natal – apaixonado por carros antigos, principalmente Alfa-Romeo –, decidiu comprar um Sprint GT de 1964, que quis restaurar bem antes de ‘atacar’ as estradas do vale de Dargle. Um dia Jethro estava a conversar com um amigo sobre a fiabilidade dos Alfa-Romeo, contou ao site especializado Petrolicious, e esse amigo disse-lhe que o seu Alfa poderia seguramente atravessar África.
Foi esse o momento inspirador que levou o jovem de pouco mais de 20 anos a idealizar uma aventura no mínimo épica: atravessar sozinho o continente no carro de 51 anos, passar para a Europa no Médio Oriente, subir até à Escandinávia e descer depois para a Irlanda. O objectivo é fazer a viagem em oito meses.
O destino foi fácil de escolher: o rio Dargle, no condado de Wicklow, Irlanda, de onde segundo Jethro partiram os primeiros colonos da sua terra natal na África do Sul, que deram o mesmo nome ao vale onde se fixaram.
“Retirei o banco de trás, comprei alguns holofotes e construí um tanque de gasolina maior”, contou o jovem sobre os preparativos dos últimos meses, “tirando isso, o carro está inalterado e acho que aguenta bem”. Como ‘companhia’, leva apenas uma lata de chá e uma chávena de café no banco do pendura.
Jethro partiu de Dargle no dia 4 de Julho – depois de uma primeira viagem de teste em que desceu até à Cidade do Cabo e voltou – e já está na Tanzânia, onde chegou a meio desta semana. Pelo caminho atravessou boa parte da África do Sul, passou pelo Botswana, Zimbabwe, Zâmbia. Falta-lhe ainda passar o Ruanda, o Uganda, o Quénia, a Etiópia, o Sudão e o Egipto antes de se aproximar da Europa.
E se a parte africana é o mais difícil, devido às estradas ou falta delas, à insegurança e à maior dificuldade em resolver problemas que possam surgir no carro, a Europa também não se avizinha um ‘passeio de domingo’. É que Jethro Bronner pretende cruzar a Turquia e vários países dos Balcãs antes de chegar a Itália, o país que trouxe o seu Alfa-Romeo ao mundo, e subir depois para Norte até à Escandinávia antes de descobrir as suas raízes gaélicas.