Entre mergulhos no lago do Jardim do Torel, transformado em piscina, as amigas, contavam os planos para passar o dia na praia, até porque "os amigos só vão chegar pelas 18:00".
"É giro. Eu gosto. É para repetir", disse à Lusa Patrícia Delgado, 11 anos, a única do grupo que ainda não conhecia a praia, onde nem faltam nadadores-salvadores.
Ali "tem mais amigos" e "está perto de casa", por isso, Beatriz Pacheco prefere a praia urbana ao Algarve.
Inaugurada no ano passado numa iniciativa da Junta de Freguesia de Santo António, a praia urbana do Torel recebeu mais de 80 mil pessoas em 2014.
A época balnear de 2015 vai decorrer até 31 de agosto a provar que as praias não têm só água e areia. Também há bolas de Berlim, gelados, escalada, aulas de 'fitness' e zumba, empréstimo de livros e cinema.
A morar a cinco minutos do Torel, João Pedro, de 13 anos, e Gonçalo, de 14, disseram que, agora, "é para ir todos os dias" àquela praia.
Gonçalo é o único que prefere uma "praia normal", enquanto João Pedro e Tiago de 12 anos, gostam mais daquela "por causa dos amigos" e porque "é muito seca estar com os pais na praia".
Deitada na areia a vigiar os dois filhos que brincavam, Teresa Moreira estreou-se hoje no Torel e já enumera uma lista das suas vantagens.
"É fantástico. Aconselho aos moradores de Lisboa e arredores para darem aqui um pulinho. Isto é ótimo para distrair os miúdos, é algo diferente e único. Tem aguinha para refrescar, areia para brincar. Excelente, não podia ser melhor", garantiu.
Para aquela mãe, a praia urbana é "uma excelente alternativa a estar em casa ou ir para o parque".
Em declarações à Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Vasco Morgado, disse ter a perspetiva de que a afluência seja, "pelo menos, idêntica à do ano passado".
Afirmando que "não estava à espera de tanta gente" na estreia em 2014, o autarca sublinhou que "este ano tem tudo reforçado": "as áreas de lazer estão maiores, a máquina de filtragem da água para a qualidade da água também, as medições da manhã deram o ponto certo. À uma da tarde é medido novamente. Está tudo preparado".
Vasco Morgado disse ainda que esta é uma iniciativa a repetir nos próximos anos, mesmo que não haja patrocinadores.
"Enquanto houver 'sponsers' e estiverem disponíveis para nos ajudarem é sempre mais fácil puxar um bocadinho mais o nível para cima. Sem 'sponsers' será mais difícil, mas também não será impossível", afirmou.
O autarca não receia cópias da ideia por Lisboa porque "se resulta aqui, pode resultar também mais acima ou mais abaixo".
"Fazemos isto para o bairro, extrapola para Lisboa mas a nossa primeira identidade são as pessoas da nossa zona. É chapa ganha", notou.
Faça chuva ou faça sol, a única certeza é que a bandeira estará sempre verde nesta praia.
Lusa/SOL