Jerusalém. Homem esfaqueou seis pessoas em parada gay em ‘nome de Deus’

O homem acusado de esfaquear seis pessoas durante a marcha de orgulho gay realizada quinta-feira em Jerusalém, semanas após sair da prisão por um ataque semelhante, não aceita a autoridade do tribunal, segundo a imprensa. 

Jerusalém. Homem esfaqueou seis pessoas em parada gay em ‘nome de Deus’

"Não aceito a autoridade deste tribunal", afirmou hoje Yiashaï Shlissel, judeu ultraortodoxo, que recusou ser representado por um advogado.

"Este tribunal faz parte de um mecanismo do mal. Não tenho nenhum interesse em cooperar. Não reconheço nenhuma das instituições do regime", declarou, segundo o jornal israelita Haaretz, citado pela agência France Presse (AFP).

A polícia israelita anunciou a extensão do período de prisão preventiva de Shlissel para 12 dias.

Noutro tribunal, no sul de Israel, outro judeu ultraortodoxo, de 41 anos, foi detido por publicar em redes sociais o seu apoio ao ataque de Shlissel.

O homem, cujo nome não foi divulgado pelas autoridades, disse à polícia que continuaria a publicar mensagens inflamatórias, e que o seu sonho era ser famoso.

Uma jovem de 17 anos continua em estado grave após Shlissel ter esfaqueado seis pessoas sem provocação durante a marcha de orgulho gay em Jerusalém.

O atacante publicou a sua explicação para o ataque na Internet, e numa entrevista antes do incidente declarou que "a luta continua contra os que corrompem" Deus.

O homem tinha saído da prisão há apenas três semanas, após cumprir 10 anos por ferir três pessoas em 2005 durante o mesmo evento.

O atacante "começou a apunhalar as pessoas, e rapidamente vários polícias se lançaram para cima dele, imobilizando-o numa questão de segundos", afirmou à agência espanhola EFE uma testemunha, que acrescentou que o episódio provocou "muito sangue".

Apesar do sucedido e das manchas de sangue, a marcha continuou, tendo juntado cerca de 5.000 pessoas que reivindicaram os direitos da comunidade LGBT, num evento protegido por centenas de agentes de segurança.

Numa das primeiras reações ao incidente, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque em comunicado.

Lusa/SOL