"Pedimos às autoridades competentes a sua extradição (de Walter Palmer, um dentista do estado norte-americano de Minnesota) para o Zimbabué para que possa ser julgado pelas infrações que cometeu", declarou a ministra durante uma conferência de imprensa.
O leão Cecil era um macho dominante na reserva e ficou conhecido pela sua notável juba negra e fazia parte de uma investigação científica sobre a longevidade dos leões realizada pela universidade britânica Oxford, usando um colar com rádio transmissor.
"Infelizmente, foi tarde demais para prender o caçador estrangeiro, porque já tinha fugido para o seu país de origem" antes do escândalo rebentar, comentou a ministra.
De acordo com a ministra, "as investigações realizadas, até ao momento, mostram que esta caça furtiva foi muito bem organizada e bem financiada, com certeza que funciona", disse a ministra, acusando o caçador norte-americano e os seus intermediários locais de "caçar furtivamente leões".
O tribunal de Hwange, competente para julgar o caso, apresentou acusações contra o responsável local pela caçada, Theo Bronkhorst.
Este responsável foi acusado de "não impedir a caça ilegal" e foi colocado em liberdade vigiada antes do início do julgamento, marcado para o próximo dia 05 de agosto.
Honest Ndlovu, o dono da propriedade onde o leão foi caçado será, provavelmente, acusado na semana seguinte.
O caçador norte-americano – muito atacado nas redes sociais e por organizações que defendem a causa animal — defendeu-se, num comunicado, dizendo que fez a caçada de boa-fé, não sabia que era ilegal e lamentou o ocorrido, sem dar mais detalhes sobre o caso.
De acordo com uma organização não-governamental do Zimbabué, no início de julho, o leão foi atraído para fora da reserva de Hwange, atingido por um flecha e a sua agonia só terminou 40 horas depois, morto a tiro.
A caçada realizou-se à noite.
As autoridades norte-americanas também já abriram um inquérito para investigar o caso.
Lusa/SOL