Numa entrevista à cadeia privada de televisão Skai, a porta-voz do Governo grego, Olga Gerovasili, sublinhou contudo que para que haja acordo é preciso que o queiram todas as partes e que "a experiência demonstrou" que quanto mais perto se está do final, mais aumentam as pressões.
Segundo Gerovasili, na Europa ainda há "poderosos interesses estrangeiros" que, em cooperação com "alguns círculos nacionais", querem que – "por razões económicas" – a Grécia saia do euro.
Neste contexto, a porta-voz mencionou o denominado "'lobby' do dracma", numa alusão aos gregos que tiraram o seu dinheiro do país e que podem tirar proveito de uma saída da Grécia da zona euro, já que com as suas reservas em euros poderiam fazer fortunas em dracmas.
Por outro lado, Gerovasili deixou a porta aberta à possibilidade de convocar eleições antecipadas, mas recusou dar datas.
"Seria um erro planificar agora os acontecimentos políticos. O que o país precisa agora é de um Governo estável", adiantou.
No entanto, descartou a possibilidade de que a longo prazo possam continuar "a coexistir dois planos estratégicos diferentes" no Syriza, que ocorre na atualidade depois da ala mais radical ter recusado apoiar o terceiro resgate.
"Creio que duas opções políticas diferentes num só Governo são difíceis de sustentar-se", afirmou a porta-voz, que no entanto exclui a hipótese de formar uma coligação com os outros países da oposição.
A dissidência interna do Syriza levou o Governo de Alexis Tsipras a depender dos apoios parlamentares da oposição, que de facto converteu a coligação entre o Syriza e os nacionalistas Gregos Independentes num Governo de minoria.
O Comité Central do Syriza apoiou na semana passada a petição de Tsipras para convocar em setembro, previsivelmente depois da assinatura do resgate, um congresso extraordinário para debater o futuro do partido e uma possível cisão.
A Plataforma de Esquerda, a ala mais esquerdista do partido, queria que o congresso se realizasse antes da assinatura do acordo para dar assim a possibilidade às bases para pedirem ao governo para não assinar o resgate.
Lusa/SOL