"Também encontrámos destroços como janelas, chapas de alumínio e almofadas de assentos", disse hoje à imprensa o ministro dos Transportes da Malásia, Liow Tiong Lai.
O ministro adiantou no entanto que falta ainda confirmar se estes destroços pertencem ao MH370.
"Há pequenas peças, mas não podemos confirmar que sejam do MH370. Isso tem de ser feito pelas autoridades francesas", disse.
Horas antes, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, pôs termo aos 17 meses de espera por provas materiais do avião ao anunciar que uma equipa de peritos internacionais confirmou que a parte de asa encontrada em Reunião pertencia ao Boeing 777 acidentado.
O avião desapareceu sobre o Oceano Índico a 08 de março de 2014, 40 minutos depois de descolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim, com 239 pessoas a bordo, a maioria de nacionalidade chinesa.
Em Pequim, familiares de vítimas do acidente manifestaram desconfiança e irritação com o anúncio feito pela Malásia e juntaram-se frente aos escritórios da Malaysia Airlines na capital chinesa para pedir explicações.
"Não acredito nesta última informação sobre o avião, eles mentem-nos desde o princípio", disse à agência France Presse Zhang Yongli, cuja filha viajava no MH370.
"Sei que a minha filha está algures, mas não nos dizem a verdade", acrescentou o homem.
Num comunicado escrito à mão e colocado numa rede social chinesa, alguns familiares de vítimas manifestaram "sérias dúvidas" quanto às últimas informações e exigiram encontrar-se com um representante do governo malaio.
Os peritos franceses que analisaram os destroços encontrados em Reunião afirmaram que há "uma probabilidade muito alta" de pertencerem ao MH370 e Wen Wancheng, pai de uma das vítimas, destacou, frente aos escritórios da companhia aérea em Pequim, a "grande cautela" dos peritos franceses e o facto de não terem "tirado uma conclusão" absoluta.
"Como é que se pode chegar à conclusão precipitada de que o avião caiu com base numa única peça? Pode ser de outro avião", afirmou.
Lusa/SOL