O extremista Breivik alvejou e matou principalmente adolescentes que participavam no acampamento da Juventude do Partido Trabalhista, a 22 de julho de 2011.
Alguns noruegueses sentem que ainda é muito cedo, e até mesmo desrespeitador, realizar um acampamento de verão no local da tragédia, mas os jovens, incluindo alguns sobreviventes do massacre, estão determinados a recuperar a ilha.
"Claro que há muitas emoções ligadas àquele cenário, mas concentro-me nos positivos", disse Ole Martin, um dos sobreviventes do massacre à AFP. "Para mim, é importante para recuperar a ilha", concluiu.
O chefe do Partido Trabalhista, Mani Hussaini, disse, no seu discurso de abertura, que era bom voltar a casa e fez apenas uma referência ao massacre.
"22 de julho de 2011 fará sempre parte da história de Utoya, mas o dia de hoje vai entrar também no passado de Utoya", afirmou.
O Secretário Geral da NATO, Jens Stoltenberg, que era primeiro-ministro quando ocorreu o massacre, também participou no acampamento e revelou nas redes sociais que estava feliz por acordar em Utoya rodeado de jovens ativistas.
A vigiar a ilha de Utoya até domingo, dia em que terminará o acampamento, estarão dois barcos da polícia.
Na altura dos ataques, as autoridades norueguesas foram duramente criticadas pela falta de preparação e lenta resposta.
Antes da reabertura da ilha, foram construídos novos edifícios, renovados os antigos e criado um memorial intitulado "A Clareira". O memorial, um anel de aço gigante suspenso, tem inscrito os nomes de 60 das 69 vítimas.
Os nove nomes em falta correspondem a nove vítimas cujas famílias que não quiseram ver no memorial.
Após o ataque, Breivik revelou que seu objetivo era acabar com a próxima geração de políticos trabalhistas, mas teve efeito contrário. A adesão ao Partido Trabalhista aumentou quase 50 por cento desde o massacre.
Breivik está a cumprir uma sentença de prisão de 21 anos, que pode ser prorrogado indefinidamente, enquanto for considerado perigoso para a sociedade.
Lusa/SOL