Casinos, em dificuldade, apoiam o golfe

A Solverde, proprietária de cinco casinos em Portugal, continua a apoiar o golfe, instituições de solidariedade social, clubes desportivos e algumas modalidades, apesar da crise e dos seus apoios não terem qualquer benefício fiscal.

“O golfe tem sido uma aposta da Solverde, quase desde o seu início”, disse o empresário Manuel Violas à GolfPress, destacando a Solverde Cup, torneio que se realiza há 22 anos no Oporto GC, sempre com sucesso.

Manuel Violas é presidente da Solverde, proprietária de cinco casinos e quatro hotéis em Portugal e parceira de um grande investimento português no Brasil (hotel e o primeiro campo de golfe no Nordeste). É ainda presidente da Unicer.

Iniciou-se no golfe com 38 anos a conselho médico e é hoje um apaixonado pela modalidade, a todos os níveis: handicap 4, presidente do Oporto GC, fundador do Circuito Casinos Solverde que vai este ano na 12ª edição ( tem 5 torneios e duas finais), patrocinador de vários torneios de Norte a Sul.

“O golfe é uma aposta da Solverde, com algum sucesso”, refere.

 

P. Como empresário, considera o golfe importante para a economia?
R. É sem dúvida importante para a economia. Por exemplo no Algarve contribui para quebrar a sazonalidade e no Norte começa também a despontar. Há finalmente um acordo entre os campos e começa a surgir o turismo de golfe, inexistente até agora”.

P.O golfe em Portugal continua com poucos praticantes. Como presidente do Oporto, qual o motivo desta estagnação?
R. Não será só uma razão, mas várias. A primeira será a falta de campos municipais/públicos que permitam jogar mais pessoas a baixo custo. O Jamor é um caso de sucesso e mostra que são necessários mais campos de baixo custo. Os clubes infelizmente não podem ter essa função porque vivem das suas receitas e tem de sobreviver.

P. A Santa Casa domina o jogo de apostas em Portugal, com sorteios diários e vários tipos de raspadinhas, a diferentes preços. É concorrente e retira clientes aos casinos?
R. Não querendo entrar em diálogo com qualquer outra entidade. Portugal é pequeno, a disponibilidade financeira dos portugueses tem diminuído abruptamente nos últimos anos e qualquer situação que concorra com a disponibilidade de as pessoas se quererem divertir dentro de um casino diminui, como é óbvio. Hoje em dia, quando estamos a tentar sair de uma recessão, qualquer gasto noutra actividade também diminui.

P. A continuar a crescente oferta de apostas, que pode chegar às apostas on-line, alguns casinos correm o risco de fechar?
R. O futuro está em risco. (…) Os casinos tem passado dificuldades reais, porque as quebras tem sido enormes e não tem havido sensibilidades.

 

Artigo escrito por Valdemar Afonso ao abrigo da parceria entre a Revista GOLFE Portugal & Islands com o Jornal SOL.