Em declarações sob anonimato à RTP, uma das pessoas que denuncia o caso descreve que a educadora atava os braços dos bebés aos berços para que adormecessem sozinhos, indiferente aos gritos e choro das crianças. Há pelo menos uma bebé com nódoas negras nos antebraços resultado da força que fez para se libertar os lençóis.
Na carta enviada à autarquia, a que a RTP teve acesso, são descritas várias situações de agressão física, que envolvem empurrões, palmadas, beliscões e manipulação brusca dos bebés. É ainda descrito um caso de uma bebé a quem a educadora atou uma fralda à volta da cabeça, tapando-lhe os olhos e obrigando-a a adormecer sem ver nada à volta.
Além das agressões, a educadora é denunciada por maus-tratos psicológicos como chamar os meninos de ‘cheira mal’ ou ‘chato’.
Uma especialista em maus-tratos a crianças da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens avaliou as fotografias das lesões dos bebés, a pedido da RTP. “As fotografias sugerem marcas na zona interna dos braços. Ora nós temos nitidamente duas zonas no nosso corpo, uma externa – que é virada para fora e mais suscetível a acidentes – e uma zona interna, virada para dentro e muito mais protegida a acidentes. Pela localização e pelo tipo de marca sugere a um primeiro olhar que a criança estivesse presa, amarrada”, disse Fátima Duarte.